RIO (desculpem o atraso) – Abrimos nosso rescaldão sobre o GP da Bélgica com a foto dos dois mercêdicos comemorando a 50ª dobradinha da equipe desde 2010, quando a montadora alemã voltou à F-1 com seu time oficial de fábrica.
Acho que ilustra bem o que têm sido esses últimos anos, especialmente desde 2014, temporada que marcou o início da era híbrida na F-1, com os motores turbo acoplados a dois elétricos. E é sobre ela, a tal de era híbrida, que trago mais números agora:
O NÚMERO BELGA
Acho que já disse que o trio Hamilton-Verstappen-Bottas, não necessariamente nessa ordem, foi ao pódio pela quinta vez em sete corridas desta temporada. É impressionante como eles se destacaram do resto em tão pouco tempo. Lewis lidera o Mundial com 157 pontos, seguido por Max com 110 e Bottas com 107. O quarto colocado, Albon, tem 48. Leclerc, nos GPs da Áustria e da Inglaterra, e Norris, na abertura da temporada em Spielberg, foram os dois intrusos na caça aos troféus até aqui. Vamos ver se mais alguém se imiscui nessa turma até o fim do ano.
O GP da Bélgica foi marcado pelas homenagens de Hamilton ao ator Chadwick Boseman, astro de “Pantera Negra”, que morreu muito jovem, aos 43 anos, na sexta-feira. Nosso cartunista Marcelo Masili não poderia ter ido em outra linha, creio, ao passar esse fim de semana para o papel com sua sempre muito talentosa pena.
Vocês têm reparado que neste ano quase todas as frases destacadas após os GPs vêm dos boxes da Ferrari, né? Creio que hoje não será diferente…
A FRASE DE SPA
Olha, [as vibrações] nem estão tão ruins assim. Mas desse
jeito acho que todo mundo vai me engolir.
Vettel foi engolido várias vezes, assim como a Ferrari durante todo o fim de semana, terminando a prova apenas na frente de dois carros da Haas e um da Williams, entre os que viram a bandeira quadriculada. A torcida italiana está perdendo a paciência. Vejam como amanheceram os muros da fábrica na segunda-feira…
Queria saber fazer essas montagens! Mas voltando à crise, ela é mais do que escancarada em Maranello. Mattia Binotto fala numa recuperação que pode levar “anos”. Ross Brawn, que já esteve por lá e hoje é diretor da F-1, disse que Carlos Sainz, substituto de Vettel no ano que vem, deve estar se sentindo “um pouco nervoso”.
Também acho. Não vou dizer que o espanhol se arrependeu — Ferrari é Ferrari, afinal. Mas tecnicamente falando, acredito que estar na McLaren no ano que vem, com motor Mercedes, seria mais negócio do que passar pelos perrengues que certamente o time vai lhe oferecer. Ainda mais na condição de segundão explícito, se a paixão por Leclerc durar mais um tempo.
E vamos encerrar por hoje com nosso índice de agradabilidade, como diria Tite:
GOSTAMOS
…muito da AlphaTauri >>> com Gasly. OK, ele não parou no safety-car porque estava de pneus duros, porque a tática de um stint longo no início só funcionaria se o stint fosse… longo! Mantiveram a ideia inicial e o francesinho foi à luta depois de cair para as últimas posições na parada. Passou quem pôde e foi buscar um oitavo lugar merecidíssimo.
NÃO GOSTAMOS
…de saber que hoje estourou a notícia de alguns pilotos não curtiram a ideia de correr no Bahrein pelo <<< anel externo. Alegam que voltas de menos de um minuto vão provocar o caos, especialmente na classificação. Uai, que seja o caos, qual o problema? Muito mal-acostumados, esses moços. Sugerem uma prova de dia e outra de noite, para garantir alguma diferença de condições entre as duas corridas. Ainda não há decisão sobre o assunto.