Blog do Flavio Gomes
F-1

AMR21

SÃO PAULO (faltam poucos) – Não decepcionou a apresentação da Aston Martin hoje, sucessora da Racing Point, que sucedeu a Force India, que sucedeu a Spyker, que sucedeu a MF1/Midland, que nasceu das costelas da Jordan. Gozado… Trinta anos depois da estreia da Jordan, em 1991, o verde volta à equipe. Como se esperava, diga-se. […]

SÃO PAULO (faltam poucos) – Não decepcionou a apresentação da Aston Martin hoje, sucessora da Racing Point, que sucedeu a Force India, que sucedeu a Spyker, que sucedeu a MF1/Midland, que nasceu das costelas da Jordan. Gozado… Trinta anos depois da estreia da Jordan, em 1991, o verde volta à equipe. Como se esperava, diga-se. Aston Martin é inglesa até o último fio de cabelo, apesar das muitas mudanças de dono nos últimos anos. British Green na veia, pois.

Dizer que tem cara de carro bom é meio superficial e chutado, mas vou correr o risco. Ele já era bom no ano passado, tanto que ficaria em terceiro no Mundial se não tivessem tungado 15 pontos da equipe no começo da temporada. Ganhou corrida e fez pole. O time trabalha em estreita colaboração com a Mercedes. Vettel chegou. Não tem muito como dar errado. Sobre o nome, nada de muito surpreendente: AMR21, Aston Martin Racing, ano 2021.

É a quinta equipe na carreira de Sebastian, que estreou pela BMW Sauber em 2007, passou pela Toro Rosso, depois Red Bull e Ferrari, até desembarcar numa nova aventura. Muitos o davam como acabado, ainda dão, e ele ainda convive com a necessidade de mostrar que seus quatro títulos não foram obra do acaso e da força da Red Bull, porque a impressão deixada nas últimas duas temporadas em Maranello não foi boa, mesmo.

Eu considero Sebastian um dos melhores de todos os tempos, porém. Ninguém ganha quatro campeonatos à toa. E creio que sua motivação agora é muito maior do que nos últimos anos, já que a passagem pela Ferrari acabou sendo frustrante porque não ganhou nenhum título — ele sabia que não ganharia, e isso o atirou para baixo.

Na Aston Martin, não terá pressão nenhuma para ser campeão. Todos sabem que a equipe não é favorita e seus objetivos são bem claros. Chegar em terceiro (de novo) é a meta. Ganhar corridas, só em situações excepcionais. Pódios, porém, estão ao alcance da equipe. Se não com frequência, pelo menos de vez em quando.

A disputa será com McLaren, Alpine e Ferrari. Nas duas primeiras posições do Mundial, acho que teremos algo parecido com o que vimos recentemente — Mercedes e Red Bull em primeiro e segundo.

Haas, Williams e Ferrari são as equipes que ainda não mostraram seus carros. Dia 12, no Bahrein, todos começam a andar. É um ano diferente, de novo. Apenas três dias de treinos, e numa pista diferente — Barcelona ficou fora da pré-temporada, por razões pandêmicas e econômicas.

A ansiedade aumenta. Em tempos tão sombrios, que a F-1 possa, pelo menos, nos oferecer alguns bons momentos para que a gente esqueça um pouquinho a realidade trágica que vivemos. Cada vez pior.