Blog do Flavio Gomes
F-1

LARANJADAS (2)

ITACARÉ (corre pro aeroporto!) – Max Verstappen confirmou o que dele se esperava e larga na frente amanhã para o GP da Holanda, que recebe a F-1 de novo depois de 36 anos. O piloto da casa fez a décima pole de sua carreira, sétima no ano, para delírio de 70 mil pessoas vestidas de […]

Torcida laranja: festa nas arquibancadas

ITACARÉ (corre pro aeroporto!) – Max Verstappen confirmou o que dele se esperava e larga na frente amanhã para o GP da Holanda, que recebe a F-1 de novo depois de 36 anos. O piloto da casa fez a décima pole de sua carreira, sétima no ano, para delírio de 70 mil pessoas vestidas de laranja que encheram as arquibancadas de Zandvoort. É o grande favorito à vitória, em corrida que pode marcar sua volta à liderança do campeonato. A Mercedes chegou a assustar a Red Bull e larga em segundo com Hamilton e em terceiro com Bottas. Vai ser uma prova, como se diz, em que o time alemão vai tentar minimizar o prejuízo, embora esteja esbanjando confiança. Mas a impressão até agora é de que na pista holandesa os carros negros terão muita dificuldade para andar no mesmo ritmo que Verstappen, apesar da volta excepcional de Lewis no Q3.

O dia começou com uma notícia importante e uma pancada forte. A notícia: Kimi Raikkonen testou positivo para Covid-19 e foi afastado pela FIA. A Alfa Romeo colocou Robert Kubica em seu lugar. Jos Capito, CEO da Williams, que tinha jantado com o finlandês ontem, também foi colocado de quarentena no hotel. A pancada: Carlos Sainz bateu sozinho, dando um trabalho danado aos mecânicos da Ferrari para reconstruir o carro, mas eles conseguiram.

No Q1, era previsível que o tráfego fosse intenso na pista curta e muito estreita de Zandvoort. Por isso, os últimos instantes da sessão foram razoavelmente tensos para pilotos que não costumam ser degolados logo de cara. A tensão se transformou em alívio no final para alguns como Norris, Ocon e Ricciardo, que passaram. Em compensação, Pérez e Vettel, 16º e 17º, não avançaram ao Q2 — decepcionando redondamente Red Bull e Aston Martin, especialmente o mexicano (que deve trocar o motor e largar dos boxes). Ambos se queixaram do excesso de carros e da escassez de metros quadrados de asfalto para conseguirem uma volta boa. Sebastian foi além e admitiu que seu carro estava lento. Kubica, Schumacher e Mazepin se juntaram a eles na turma dos eliminados.

E não dá para dizer que o resultado lá no alto da tabela tenha sido, digamos, dos mais normais de todos os tempos. A Ferrari voltou a andar forte, como ontem, com Leclerc em primeiro (1min09s829) e Sainz em segundo. Verstappen foi o terceiro, sem muito esforço. Mas em quarto e quinto, dois “outsiders” dos mais surpreendentes: Giovinazzi e Latifi.

Na Red Bull, decepção: Pérez eliminado no Q1

No Q2, com cinco carros a menos para atrapalhar, os engarrafamentos foram menos problemáticos. Ainda assim, os pilotos perdiam muito tempo olhando no retrovisor para não prejudicar as voltas dos amiguinhos. Faltando pouco menos de quatro minutos para o fim da sessão, Russell rodou e causou a primeira bandeira vermelha da classificação. George, neste fim de semana, vive uma situação incomum, com Latifi fazendo tempos similares ou, até, melhores que ele. A batida foi de leve, atenuada pela área de escape de brita “old fashion”. Tanto que ele conseguiu levar o carro de voltar aos boxes. Mas seu dia de trabalho acabou ali.

Depois que o pessoal das vassouras terminou de limpar a pista, o cronômetro foi disparado de novo e quem se via numa situação incômoda, com pouco tempo para sair dela, era Norris, em 13º. Seu companheiro Ricciardo, que andou atrás dele o ano inteiro, aparecia em sexto. E mesmo a turma que parecia garantida resolveu sair para mais uma tentativa, pelo sim, pelo não.

Alpine sai dos boxes: céu azul, 19°C, como o carro

Mas não deu tempo de nada. Saindo dos boxes, foi a vez de Latifi se espatifar na barreira de proteção da curva 8, causando mais uma bandeira vermelha. As escapadas, rodadas e batidas de sexta e sábado ratificaram a impressão inicial de todos sobre Zandvoort: uma pista que não perdoa erros, como antigamente. Amanhã o safety-car vai ter trabalho.

A direção de prova decidiu encerrar o Q2, já que o tempo restante era muito curto. Assim, foram ceifados do Q3, pela ordem, Russell, Stroll, Norris (primeira vez no ano fora da fase final da classificação), Latifi e Tsunoda. E Giovinazzi passou, para alegria da Alfa Romeo.

Latifi no muro: pista não perdoa erros

O Q3 confirmou o favoritismo de Verstappen, que virou 1min08s923 na sua primeira tentativa, levantando a torcida nas arquibancadas. Hamilton fez 1min09s268, ficando atrás de Bottas, o segundo. A segunda rodada de voltas rápidas não mudou muito o cenário. Max melhorou seu tempo para 1min08s885, uma volta praticamente imbatível. Bottas ficou com o tempo que tinha e Hamilton conseguiu superar o companheiro e foi para segundo, a apenas 0s038 do grande rival na temporada — a primeira fila será daquelas de tirar faísca. Foi uma voltaça, a do inglês. E a curiosidade: seu tempo, 1min08s923, foi idêntico ao da primeira volta rápida de Verstappen. Se Max não melhorasse, ainda assim largaria na pole porque fez o tempo antes.

A Ferrari, que vinha ameaçando algum brilhareco, acabou em quinto com Leclerc e sexto com Sainz. Gasly, em quarto, foi a grande surpresa do Q3. “Ainda não entendo por que a Red Bull não assinou comigo para 2022”, desabafou o francês. Giovinazzi, num ótimo sétimo lugar (melhor posição de largada do time no ano), Ocon, Alonso e Ricciardo fecharam os dez primeiros.

Verstappen: pole e favoritismo em casa

Hoje à noite, a partir das 19h, estaremos ao vivo no “Fórmula Gomes” para falar de tudo isso e um pouco mais! Apareçam!