Blog do Flavio Gomes
Gira mondo

GIRA MONDO, GIRA

SÃO PAULO (claudicante) – O que leva um saco de merda ambulante a trabalhar contra a vacina, a condenar a população de um país à morte, a ter ereções (flácidas) com a desgraça? Buscam-se várias explicações para a atitude genocida assumida por esse ser surpreendentemente bípede desde o dia zero da pandemia que há dois […]

SÃO PAULO (claudicante) – O que leva um saco de merda ambulante a trabalhar contra a vacina, a condenar a população de um país à morte, a ter ereções (flácidas) com a desgraça?

Buscam-se várias explicações para a atitude genocida assumida por esse ser surpreendentemente bípede desde o dia zero da pandemia que há dois anos nos exaure. Mas ninguém precisa ir muito longe. É fácil compreender o que move esse asqueroso. A ciência prega o isolamento e o distanciamento social, a comunidade científica é de esquerda, logo isolamento e distanciamento social são coisas de comunista e sou contra. A ciência defende a vacina, cientistas não gostam de mim porque são de esquerda, claro, logo vacina é coisa de comunista e sou contra. A ciência diz que máscaras ajudam a conter a propagação do vírus, cientistas militam nas universidades que são todas de esquerda, logo máscara é coisa de comunista e sou contra. Artistas, cantores, escritores e jornalistas defendem tudo que a ciência defende, artistas, cantores, escritores e jornalistas são todos comunistas, logo ciência é coisa de comunista e, portanto, serei contra tudo que eles defenderem. Até o fim.

Tal raciocínio tosco, binário, primitivo, se chama silogismo. É o que explica a interminável série de barbaridades cuspidas e arrotadas desde março de 2020 pela pior pessoa já parida na face deste planeta em todos os tempos. E esse rascunho de demônio não consegue ampliar sua capacidade de pensar além disso. Imediatamente adotou como política de governo ser contra tudo que a ciência prega, porque ciência é produzida na universidade, nos institutos de pesquisa, e esses todos são ligados à esquerda, e por isso não há discussão: é contra. Seus seguidores compreendem tal lógica, e só essa. É fácil de explicar. É fácil de entender. E se a ciência alerta que devemos temer o vírus, quem se recusa a enfrentar o vírus concorda com a ciência, e portanto é de esquerda. Logo, quem enfrenta o vírus não é comunista, então é dos nossos. Por isso, os nossos têm de ser contra isolamento e distanciamento e máscara e vacina. E mais: quem enfrenta o vírus é contra o vírus, claro. Inimigo dele. E quem não enfrenta, por óbvio, é a favor. Se quem enfrenta é contra, quem não enfrenta é a favor. Tem como refutar tal afirmação? Assim, a esquerda é a favor do vírus. Nossa turma, por conseguinte contra.

Cansa. Cansa muito. E mata. Mata muito. Mata tanto que já nos acostumamos com ela, a morte. Não choca mais. Nem as atrocidades do hediondo nos chocam mais. Causam apenas náuseas. Seus defensores, repulsa. Quantas vezes nestes dois anos me peguei pensando “que morram todos sem ar”? É horrível admitir. Muitas. Todos os dias.

É a primeira vez que escrevo sobre pandemia. Falo isso na semana em que o guru do saco de bosta morreu de Covid. Um dia depois de a ministra “menino veste azul menina veste rosa” determinar que o número de telefone para denunciar desrespeito aos direitos humanos seja usado para que militantes antivacina denunciem quem exige passaporte vacinal para entrar em seus locais de trabalho, no comércio, nos serviços, nas escolas. Na semana em que o ministro que se diz médico publica parecer técnico dizendo que cloroquina faz bem e vacina faz mal.

São doses cavalares de distopia que estão nos transformando em pessoas piores, creio. O Brasil é o único país do mundo onde o movimento anticiência não parte de um bando de birutas ressentidos, ignorantes e assassinos egressos do esgoto para contestar medidas sanitárias proclamadas por governos interessados em preservar vidas. Não. Parte de um governo que nunca se interessou em preservar vida alguma. Gente repugnante, imunda, perversa, ruim.

Ninguém aguenta mais essa porra.