Blog do Flavio Gomes
F-1

PIETRO E O BANCO

SÃO PAULO (aguardando) – Foi só ontem à noite, bem tarde pelo horário local, que o material da Haas chegou ao Bahrein. A equipe informou que talvez perca a primeira parte do primeiro dia de treinos amanhã, mas garantiu que Pietro Fittipaldi estará no carro à tarde. O brasileiro passou boa parte do dia moldando […]

SÃO PAULO (aguardando) – Foi só ontem à noite, bem tarde pelo horário local, que o material da Haas chegou ao Bahrein. A equipe informou que talvez perca a primeira parte do primeiro dia de treinos amanhã, mas garantiu que Pietro Fittipaldi estará no carro à tarde. O brasileiro passou boa parte do dia moldando seu banco e se familizarizando com o modelo novo do time.

Um detalhe no macacão de Pietro não passou despercebido: a pequena inscrição do Banco do Brasil bordada na altura do peito. Seu irmão Enzo já havia aparecido com as cores do banco nos testes da F-2 lá mesmo no Bahrein, semana passada. Segundo as informações disponíveis, o BB não pagou nada por isso. Seria uma forma de “seduzir” a instituição — leia-se governo do capiroto — para pingar algum nas carreiras dos Fittipaldi neste ano.

Emerson, o avô de ambos, é um notório bajulador da aberração presidencial. Aqui, por exemplo, há um vídeo constrangedor do bicampeão mundial declamando os slogans da campanha do indigitado no auge da pandemia que já matou mais de 650 mil pessoas no Brasil. Em janeiro do ano passado, Pietro foi almoçar em Brasília com o repugnante, que através da secretaria que cuida de esportes no governo liberou R$ 9,4 milhões em renúncias fiscais para financiar as carreiras dele e de Enzo. Antes disso, no começo de 2020, Emerson já havia tido um encontro com o clã miliciano numa churrascaria de Miami.

Não há nada de errado num banco, ainda que estatal, patrocinar esportistas e modalidades. Em alguns casos é até benéfico para certos esportes esse apoio — como acontecia com os Correios e a natação, por exemplo. O Banco do Brasil, assim como a Petrobras, é uma empresa que concorre no mercado com instituições privadas e pode aplicar suas verbas de publicidade no que achar melhor. Desde que, claro, os critérios para a destinação de verbas sejam técnicos e bem explicados, com transparência.

No caso em questão, sugiro apenas que não sejamos ingênuos.