Blog do Flavio Gomes
F-1

TESTANDO N’AREIA (2)

SÃO PAULO (na cara) – É óbvio que o resultado vai servir para pouco mais que tirar um print, mandar na loja de molduras e fazer um quadrinho. Mas é isso que a história registrará nesta sexta-feira, 11 de março, nove dias antes da corrida que abre o Mundial de F-1: o melhor tempo no […]

Magnussen, P1: assim se volta

SÃO PAULO (na cara) – É óbvio que o resultado vai servir para pouco mais que tirar um print, mandar na loja de molduras e fazer um quadrinho. Mas é isso que a história registrará nesta sexta-feira, 11 de março, nove dias antes da corrida que abre o Mundial de F-1: o melhor tempo no Bahrein, no penúltimo dia da pré-temporada de 2022, foi de Kevin Magnussen, da Haas.

O dinamarquês, que na semana passada recebeu um telefonema de Gene Haas e rompeu seus contratos com a Chip Ganassi, nos EUA, e com a Peugeot, na França, voltou à F-1 com estilo. Ele assumiu a vaga aberta pelo proscrito Nikita Mazepin, vítima das sanções políticas, econômicas, sociais, gastronômicas, culturais e esportivas impostas à Rússia desde o início da guerra com a Ucrânia, 16 dias atrás.

A Haas ganhou uma hora extra nos treinos de hoje em relação às outras equipes, porque chegou atrasada para o início dos testes — problemas técnicos com o avião que trazia seu equipamento. K-Mag aproveitou que estava sozinho na pista, colocou os pneus C4, mais macios, e fez sua melhor volta em 1min33s207. Até ali, quem iria fechar o dia em primeiro depois de oito horas de atividades na era Carlos Sainz, da Ferrari, com 1min33s532. Ano passado, Mazepin fez 1min33s273 na classificação para o GP do Bahrein.

Os tempos de hoje, com K-Mag em primeiro: treinos acabam amanhã

O tempo de Magnussen pode não representar muita coisa, mas levanta o moral do piloto e da equipe. Muita gente torceu o nariz para a escolha da Haas, especialmente nas hostes patrióticas brasileiras nas redes sociais — que “exigiam” Pietro Fittipaldi no lugar de Mazepin. Kevin sentou no carro, mais de um ano depois de pilotar um F-1 pela última vez, e mandou o sapato sem muita conversinha. Imaginem como estariam as mesmas redes hoje se o primeiro-neto colocasse um carro da Haas no topo de uma folha de tempos…

Muito vento e pista bem suja de areia foram as marcas do dia no deserto do Sakhir hoje, que teve 15 pilotos na pista. Os que andaram de dia, com sol e calor, foram francamente prejudicados. A pista ficou muito mais rápida quando anoiteceu.

E o que mais de importante aconteceu? Às nossas notinhas policromáticas, elas são um sucesso neste blog secreto!

DOENTE – A McLaren continua com problemas de freios e de saúde. Daniel Ricciardo, doente, não treinou de novo e também está fora amanhã. A equipe não dizia o que ele tinha, apenas que “estava se sentindo mal”. Mas o australiano fez teste para Covid hoje e deu positivo. Lando Norris segue trabalhando sozinho. Não está certo ainda se Ricciardo vai correr no dia 20. Tudo depende de como vai se recuperar e dos protocolos de isolamento, quarentena e testagem adotados pela F-1. Daniel estava com os colegas nas fotos contra a guerra, anteontem. Junto de todos, sem máscara. Claro que está todo mundo vacinado. Mas a pandemia não acabou.

BAIXA A BOLA – Depois de acusar a Mercedes de fazer um carro ilegal, com asas disfarçadas de suporte de espelho e “sidepods” indecentemente magros, Christian Horner, chefe da Red Bull, voltou atrás e disse que a equipe rival não está fazendo nada que agrida as regras e elogiou a criatividade dos engenheiros da F-1. “Se vai dar certo, é algo que veremos depois”, disse.

Hamilton com a esbelta W13: nada de ilegal

FERRARI NA FRENTE – Até agora, em dois dias de testes no Bahrein, a Ferrari lidera o ranking de voltas completadas, com 230. Depois vêm Red Bull (224), AlphaTauri (223), Mercedes (216), Aston Martin (205), Alfa Romeo (193), Alpine (177), Haas (130), Williams (116) e McLaren (110).

MENINO DE ROSA – A Alpine trocou a cor de seu carro de ontem para hoje e andou de rosa com Ocon. Como se sabe, nas duas primeiras corridas do ano o time francês, azul por natureza, vai com a cor de sua nova patrocinadora principal, a austríaca BWT — ex-parceira de Force India, Racing Point e Aston Martin (três nomes para a mesma equipe nos últimos anos). Depois, volta a ser azul com toques de rosa, para desespero da ministra que viu Jesus na goiabeira.

Ocon com a Alpine rosa: azul volta na terceira etapa

SEM DOMÍNIO – Uma curiosidade na pré-temporada até agora: foram cinco dias de testes (três em Barcelona e dois no Bahrein) e cinco equipes diferentes ficaram em primeiro lugar. Na Espanha, deu McLaren no primeiro dia, Ferrari no segundo e Mercedes no terceiro. Ontem foi a vez da AlphaTauri. Hoje, da Haas. A Red Bull ainda não cravou um P1.

PREOCUPADO – A frase de hoje é de Hamilton e não tem nada de fluxo de ar. Quando soube que Sainz disse que a Mercedes estava escondendo o jogo, o inglês respondeu: “A gente teria se ser muito bom pra fingir tão bem que nosso carro sai de traseira do jeito que está saindo… Se a corrida fosse hoje, a Ferrari faria uma dobradinha”.

E é isso, por enquanto. Às 19h estaremos ao vivo para mais um “Fórmula Gomes”, analisando os treinos no nosso canalzinho no YouTube.