Blog do Flavio Gomes
F-1

MIAMI VICE (6)

SÃO PAULO (ufa) – Não foi um bom GP. Talvez escreva pouco. Miami foi um grande evento, cheio de atrações, mas a pista é ruim e a corrida não empolgou. Verstappen venceu de novo. Terceira no ano, 23ª na carreira. Empatou com Piquet pai e Rosberg filho nas estatísticas. As três provas que terminou neste […]

Verstappen: aos poucos, chegando em Leclerc

SÃO PAULO (ufa) – Não foi um bom GP. Talvez escreva pouco.

Miami foi um grande evento, cheio de atrações, mas a pista é ruim e a corrida não empolgou. Verstappen venceu de novo. Terceira no ano, 23ª na carreira. Empatou com Piquet pai e Rosberg filho nas estatísticas. As três provas que terminou neste ano, venceu. E ainda levou a Sprint de Ímola. A diferença para Leclerc, que era de 27 pontos, caiu para 19. Já foi de 46, depois da terceira etapa do campeonato.

Max é um monstrinho difícil de parar quando tem o melhor carro do grid. Hoje, foi assim. Apanhou um pouco na sexta e no sábado, não pôde andar muito, teve problemas técnicos, largou em terceiro. Mas resolveu a corrida nos primeiros metros. Passou Sainz, que não poderia ficar muito tempo entre ele e o pole Leclerc, e foi para cima do monegasco.

Na oitava volta, pela primeira vez pôde abrir a asa móvel — reduziu sua distância para a Ferrari #16 para menos de 1s. Na nona, passou. Foi embora. Tinha 7s6 de vantagem na volta 41, quando o safety-car foi acionado após uma batida estúpida entre Norris e Gasly, lá atrás. A diferença foi anulada. Na relargada, seis voltas depois, Charlinho foi para o ataque. Mas mesmo com a asa móvel, não conseguiu passar. A Red Bull tinha muita velocidade de reta — asas menores, acerto com pouca pressão aerodinâmica. Max conseguiu, a três voltas do fim, abrir mais de 1s para o rival. Tchau, asa móvel. Tchau, Leclerc.

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Verstappen, Leclerc e Sainz foram para o pódio. Apareceram vestindo ridículos capacetes de futebol americano para receber os troféus. Cafona demais. Antes, foram ao pódio a bordo de carrinhos de golfe escoltados por motocicletas da polícia com luzes e sirenes ligadas. “CHiPs”, lembram? Se não lembram, Google. Mais cafona ainda.

Pérez foi o quarto. Não conseguiu passar Sainz no final mesmo tendo feito uma segunda troca de pneus no safety-car. Com médios novos, empacou atrás do espanhol com seus duros usados. Foi corrida de uma parada, e quem se saiu bem na estratégia foi Russell. Em 12º no grid, largou de duros e esticou o stint até onde dava. Veio o safety-car, parou sem perder muito tempo. Terminou em quinto, à frente de Hamilton — a quem ultrapassou com os pneus mais novos no fim.

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Em sétimo, Bottas. Andou em quinto o tempo todo, mas cometeu um pequeno erro na volta 50 e foi ultrapassado pelas duas Mercedes, beneficiadas pela entrada do safety-car que juntou o pelotão. Ocon ficou com o oitavo lugar. Na verdade, Alonso recebeu a bandeirada em P8, mas recebeu dois pênaltis de 5s — por bater em Gasly e ganhar uma posição por fora do leito da pista. Caiu para 11º, coitado. Em nono, Albon, da Williams, que merece muitos aplausos e mais atenção do distinto público. Foi sua segunda corrida nos pontos, com um carro muito ruim. Stroll fechou os dez primeiros colocados.

A prova teve várias atuações decepcionantes. Na Haas, Mick Schumacher até que frequentou a zona de pontos por bastante tempo, mas acabou se enroscando em Vettel no fim. Bateu, foi lá para trás. Sebastian abandonou. Magnussen também foi punido e andou a maior parte do tempo atrás do companheiro de equipe. A AlphaTauri não fez pontos, embora tenha largado entre os dez primeiros com seus dois pilotos. A McLaren zerou. Além da batida de Norris, o time ainda viu Ricciardo se arrastando no fundão para terminar em 13º.

Muito calor em Miami: prova desgastante para todos

A corrida foi disputada sob intenso calor, normal para Miami nesta época do ano: temperaturas oscilando entre 30°C e 33°C, sol aparecendo às vezes, umidade muito alta. Chuva, só na noite de sábado e madrugada de domingo, para piorar ainda mais o nível de aderência do asfalto.

Leclerc tem 104 pontos, contra 85 de Verstappen — que fez a melhor volta da prova e levou um ponto extra. Pérez foi a 66, Russell tem 59, Sainz soma 56 e Hamilton, em sexto, chegou a 36. A briga está restrita aos dois primeiros colocados. Na Mercedes, conformismo pela situação. “Somos a terceira força do campeonato”, disse Toto Wolff. Nos pontos, inclusive: 95, contra 151 da Red Bull e 157 da ainda líder Ferrari.

Ainda. Pelo que mostraram a Red Bull e Verstappen nas últimas duas provas, a questão agora é saber quando vão passar a Ferrari e Leclerc. Parece inevitável.