Blog do Flavio Gomes
F-1

BAKU NA MÃO (1)

SÃO PAULO (normal) – Charles Leclerc foi o mais rápido da sexta em Baku, no primeiro dia de treinos para o GP do Azerbaijão. Como se vê, pela absoluta falta de graça da frase que abre este texto, foi uma tarde igualmente desinteressante na pista que fica ao lado do Mar Cáspio — que nem […]

Alonso em quarto: surpresa do primeiro dia em Baku

SÃO PAULO (normal) – Charles Leclerc foi o mais rápido da sexta em Baku, no primeiro dia de treinos para o GP do Azerbaijão. Como se vê, pela absoluta falta de graça da frase que abre este texto, foi uma tarde igualmente desinteressante na pista que fica ao lado do Mar Cáspio — que nem mar é.

(Ah, as sextas-feiras… Importantes, sem dúvida, para treinar, acertar carro, tentar uma coisa aqui ou ali. Mas algumas são muito, muito aborrecidas. Entendo os que defendem mudanças na programação dos finais de semana da F-1 depois de uma sexta como hoje.)

Pérez e Verstappen vieram a seguir, com Alonso em quarto. O mexicano ficou 0s248 atrás de Charlinho. Max fechou o cronômetro a 0s356 do monegasco. Fernandinho, que domingo se torna o piloto de carreira mais longa na F-1 (completa 21 anos, três meses e oito dias entre o primeiro e o último GP disputado), foi a surpresa do dia.

O tempo de Leclerc, 1min43s224, ficou próximo do 1min42s115 registrado no segundo treino livre do ano passado, mostrando que os carros desta temporada já estão quase tão rápidos quanto os de 2021. O que mais chamou a atenção, porém, nem foi isso. Foi, sim, o tanto que os pilotos chacoalharam nas retas que compõem os 6.003 m da pista de rua da capital azeri (ou azerbaijana, se preferirem).

Verstappen à sombra do castelo: nunca foi bem em Baku

Baku é uma pista longa, só perdendo em extensão para Spa e Jedá. Uma mistura de Monza e Mônaco, na definição de Pebolim Wolff, chefe da Mercedes. Da distância total da volta, 76% se percorre com o pé no fundo do acelerador (essa taxa cai para 63% do tempo de volta) graças aos 2,2 km da gigantesca reta dos boxes. É lá que os carros mais problemáticos saltam loucamente pelo efeito “porpoising”, que não vou explicar mais.

Foram cinco corridas disputadas no país desde 2016 — a primeira com o nome de GP da Europa. Até hoje, ninguém ganhou duas vezes e também nas poles nunca houve repetição. Ano passado, a vitória foi de Pérez, sua primeira pela Red Bull. Furou o pneu de Verstappen no fim e na relargada Hamilton cometeu uma das grandes barbeiragens de sua carreira, lembram? Vettel e Gasly fecharam o pódio — um dos mais improváveis do ano.

Verstappen, o líder do Mundial, tem um retrospecto ruim no circuito. Nunca teve Baku na mão, por assim dizer. Seu melhor resultado foi um quarto lugar em 2019. Em 2016, oitavo. Nas outras três abandonou. No primeiro treino livre de hoje, a asa móvel de seu carro parecia presa com arame na estrutura do aerofólio traseiro. No intervalo, a Red Bull mexeu no equipamento e usou até cola para reparar o mecanismo de abertura.

Mecânicos na asa de Max: até cola usaram

A Mercedes segue em seu calvário em busca de performance com Russell e Hamilton, que ficaram muito distantes da Ferrari e da Red Bull de novo. Jorginho foi o sétimo, 1s3 atrás de Leclerc, e Lewis, o brasileiro, terminou em 12º a 1s6. Muita coisa.

As atividades em Baku aconteceram com tempo bom, sem nenhuma perspectiva de chuva, e apenas o vento incomodou um pouco. No primeiro treino, a temperatura era de 28°C. No segundo, 24°C. A meteorologia não prevê grandes mudanças para os próximos dias.

Abaixo, os tempos de hoje. A classificação, amanhã, começa às 11h. A corrida, domingo, às 8h.