Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE DOMINGO DE MANHÃ

IMAGEM DA CORRIDA SÃO PAULO (freezing) – O cara ganhou a corrida largando em 14º, meteu um canudo na concorrência, praticamente garantiu o título e a foto escolhida para esse GP não é dele? Pois é. Porque a imagem — repetida, diga-se — de Hamilton voando sobre Alonso é muito boa mesmo, do ponto de […]

IMAGEM DA CORRIDA

Hamilton decola em Alonso: depois, abandona

SÃO PAULO (freezing) – O cara ganhou a corrida largando em 14º, meteu um canudo na concorrência, praticamente garantiu o título e a foto escolhida para esse GP não é dele? Pois é. Porque a imagem — repetida, diga-se — de Hamilton voando sobre Alonso é muito boa mesmo, do ponto de vista estético e jornalístico, claro. Tem um significado forte: resume o mau ano da Mercedes, a decepção com o passo atrás que a equipe deu na Bélgica, o primeiro abandono do heptacampeão na temporada, o embate contra o velho rival… E ainda teve repercussões, com Alonso reclamando pelo rádio (“Idiota, fechou a porta pelo lado de fora! Esse cara só sabe pilotar quando larga em primeiro!”), Lewis respondendo (“Não me importo com o que ele pensa de mim”), depois assumindo o erro e, mais tarde, Fernandinho contemporizando: “São coisas que acontecem em primeiras voltas”.

Fiquemos, então, com essa foto. Que começa a contar uma história cuja cena final bem poderia ser a que vem a seguir, extraída da TV. Foi bem, o câmera. Não sei o que estava fazendo em ponto tão ermo do circuito, mas registrou uma imagem que ficará marcada neste 2022 errático de um piloto e uma equipe que vêm dominando a F-1 desde 2014 e estão tendo de aprender a conviver com as derrotas.

Lewis no meio da floresta: perdido, como a Mercedes

BÉLGICA BY MASILI

E depois do fiasco da McLaren em Spa, será que Oscar Piastri não ficou arrependido de ter dado um pé na Alpine? Afinal, os franceses abriram 20 pontos de frente em relação à equipe inglesa, que no meio da semana dispensou Ricciardo. Agora o placar aponta 115 x 95 e tudo indica que o quarto lugar no Mundial de Construtores será azul, e não papaia. Nosso cartunista Marcelo Masili, com a sagacidade de sempre, mandou essa aí em cima. Mais adiante voltamos ao assunto.

Agora, finalmente, vamos falar do vencedor. Verstappen ganhou pela segunda vez seguida largando lá atrás. Na Hungria, foi o décimo no grid. Na Bélgica, 14º. E no início da prova, depois de pegar poeira dos que estavam à sua frente, arrancou a sobreviseira para enxergar direito. Ironia das ironias: a película plástica foi tapar o duto de freio do carro que vinha atrás, e este era justamente Charles Leclerc. Tem até vídeo.

O resultado foi que Charlinho precisou parar nos boxes para limpar o duto ainda sob o safety-car das primeiras voltas, perdendo várias posições e mudando sua estratégia de pit stops. Segundo a Ferrari, o superaquecimento do freio afetou um sensor de velocidade e por isso, na última volta, o monegasco excedeu o limite no pit-lane, quando colocou pneus macios para fazer a melhor volta da corrida e levar um ponto extra.

Não fez a melhor volta, porque ficou atrás de Alonso, e ainda levou uma punição, caindo de quinto para sexto.

Max, nove vitórias no ano: o bi está perto

O NÚMERO DE SPA-FRANCORCHAMPS

9

…vitórias tem Verstappen neste ano, uma a menos do que na temporada passada. Faltam oito provas para o fim do campeonato e a graça agora é saber se o holandês vai bater o recorde de vitórias para um único Mundial, que é de 13 — Michael Schumacher em 2004 e Sebastian Vettel em 2013.

Um pouquinho de mercado, agora. Ontem o Conselho de Reconhecimento de Contratos da FIA começou a analisar o caso Piastri. A Alpine já não conta mais com o piloto. No máximo, vai tentar uma compensação financeira da McLaren se conseguir provar que o australiano está quebrando um compromisso que havia assinado em novembro do ano passado. As declarações recentes de Otmar Szafnauer foram bem duras em relação ao menino.

A meta, agora, parece ser Pierre Gasly. Para mim, uma surpresa — achava que Ricciardo acabaria por lá. Helmut Marko já disse que se a Alpine fizer uma proposta interessante à AlphaTauri, libera o francês sem grandes problemas. Mas é esquisito. Gasly e Ocon, muito amigos quando corriam de kart, meninos, ainda, já não se bicam tanto assim. Eu não arriscaria deixar os dois sob o mesmo teto. Pode sobrar croissant por todos os lados.

De qualquer maneira, as coisas estão agitadas. Mick Schumacher está se desvinculando da Academia de Pilotos da Ferrari, que foi sua porta de entrada para a Haas — cliente dos italianos. Isso o deixa livre para tentar um lugar em alguma outra equipe. Alpine, AlphaTauri e até Williams aparecem como possibilidades. O nome de Ricciardo tem sido falado na Haas, caso Mick saia. Menções a Colton Herta também pingam aqui e ali e o norte-americano seria um dos mais cotados na AlphaTauri na eventualidade de uma saída de Gasly. Resumindo, vem bastante mexe-mexe por aí.

A FRASE DA BÉLGICA

“A Ferrari tem umas estratégias esquisitas, às vezes…”

Fernando Alonso, sobre a
parada de Leclerc no fim
Leclerc, nas palavras de Alonso: táticas estranhas

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS de dois pilotos em particular nesta corrida. Um, Alexander Albon, que terminou em décimo depois de se classificar para o Q3 pela primeira vez no ano. O tailandês da Williams está se recolocando na F-1 com estilo e competência. Não fica muito tempo na equipe, não. Esse é um em quem eu apostaria. O outro que foi bem em Spa: Pierre Gasly. Era seu 100º GP, estava em oitavo no grid, o carro não funcionou, foi arrastado para os boxes e teve de largar do pit-lane depois que os mecânicos fizeram o motor girar um minuto e meio antes do sinal verde. Respirou fundo e terminou em nono. Ele estava havia cinco corridas sem pontuar.

Gasly: saindo dos boxes, nono lugar no final

NÃO GOSTAMOS da Mercedes, que claramente andou para trás. Na classificação, quase 2s de diferença para Verstappen. Na corrida, só a largada prestou. Hamilton abandonou na primeira volta e Russell, mesmo com pneus mais novos que Sainz, não conseguiu brigar pelo pódio no fim.