Blog do Flavio Gomes
Brasil

JUCA CHAVES, 84

SÃO PAULO – Mais um que se vai, e que fez parte do caldo cultural que formou minha geração. Juca Chaves gostava de carros. Chegou a entrar num empreendimento que não saiu do papel, o Bettina. Teve um Jaguar E-Type, entre tantos outros — Arnaldo Keller contou aqui que ele andava com uma lista de […]

SÃO PAULO – Mais um que se vai, e que fez parte do caldo cultural que formou minha geração. Juca Chaves gostava de carros. Chegou a entrar num empreendimento que não saiu do papel, o Bettina. Teve um Jaguar E-Type, entre tantos outros — Arnaldo Keller contou aqui que ele andava com uma lista de 73 carrões que tinham passado por suas tantas garagens. Amava a Bahia, o lugar que escolheu para viver. Gostava de andar descalço. Nunca deixou os palcos — grandes ou minúsculos, sem mágoas ou ressentimentos. Foi perseguido pela ditadura militar apenas por ser… engraçado. Tentou a política. Falou bobagens. Cometeu seus erros. Quem não cometeu? Cantava, compunha (“A Cúmplice” é lindíssima). Era uma figura, um tipo de figura que o Brasil não produz mais — culto, inteligente, sarcástico, divertido.

Tem um texto lindo do Ricardo Feltrin sobre o Juquinha aqui. Vocês que nunca ouviram falar dele, procurem. Tem bastante coisa na mãe internet. Sua entrevista ao Jô (aqui, aqui, aqui e aqui) é deliciosa. Gastem seu tempo com algo útil. Como saber quem foi Juca Chaves. Com todos seus defeitos e qualidades.

Juca Chaves e o Bettina: ficou no papel