JUCA CHAVES, 84
SÃO PAULO – Mais um que se vai, e que fez parte do caldo cultural que formou minha geração. Juca Chaves gostava de carros. Chegou a entrar num empreendimento que não saiu do papel, o Bettina. Teve um Jaguar E-Type, entre tantos outros — Arnaldo Keller contou aqui que ele andava com uma lista de 73 carrões que tinham passado por suas tantas garagens. Amava a Bahia, o lugar que escolheu para viver. Gostava de andar descalço. Nunca deixou os palcos — grandes ou minúsculos, sem mágoas ou ressentimentos. Foi perseguido pela ditadura militar apenas por ser… engraçado. Tentou a política. Falou bobagens. Cometeu seus erros. Quem não cometeu? Cantava, compunha (“A Cúmplice” é lindíssima). Era uma figura, um tipo de figura que o Brasil não produz mais — culto, inteligente, sarcástico, divertido.
Tem um texto lindo do Ricardo Feltrin sobre o Juquinha aqui. Vocês que nunca ouviram falar dele, procurem. Tem bastante coisa na mãe internet. Sua entrevista ao Jô (aqui, aqui, aqui e aqui) é deliciosa. Gastem seu tempo com algo útil. Como saber quem foi Juca Chaves. Com todos seus defeitos e qualidades.
Grande Juca! Showman ! RIP.
“Velho é se drogar de juventude, jovem é saber envelhecer”.
Essa frase de Juca Chaves é mais uma de tantas outras incríveis também.
Sabe qual é o menor livro do mundo ?
Quem é quem no Piauí.
Certa vez, a Hebe Camargo perguntou-lhe onda estava seu Jaguar, ao que respondeu “como todo Jaguar, está na oficina”.
Sobre o Bettina, há uma reportagem no Jornal do Brasil de 15/4/1967, página 23.
Já ouvi uma assim “Aquele é o maestro, o meu Jaguar”. “Maestro?”. “É, ele adora um conserto”.
Juca Chaves era sensacional!
Juca Chaves….Pelé, Jô, Dinamite, Godard (Francês) é…. O mundo vai ficando sem cor, sem vida. E surge uma vidinha plug and play
Putz, não te acessava há séculos, entrei agora e vi essa homenagem a esse que fez sim parte da nossa formação, geração early 60. Lembra do LP que reproduzia um show, e que tinha uma tampa de privada na capa? As únicas piadas que sei são desse LP rsrs. Valeu!
Faltou dizer:
1 – Obrigado Flavio, pela homenagem ao Juca, e por abrir espaço para nós leitores homenagearmos também.
2 – Juca participou de um dos episódios do primeiro seriado de ação nacional, o “Vigilante Rodoviario”. A serie teve 38 episódios de sucesso, num dos quais – O Rapto do Juca – o cantor foi sequestrado e depois foi salvo pelo Inspetor Carlos Miranda e seu cachorro Lobo, bem a tempo de chegar para um show.
Juca, foi de fato uma figura impar.
Fico com a sensação de que viveu bem, e que foi feliz na medida do possível.
No inicio dos anos 70, ele ainda no Rio, era comum vê-lo em Copacabana e Ipanema, sempre guiando seus carrões, e acompanhado de mulheres bonitas. Ainda não tinha encontrado a Yara, sua cúmplice, por mais de 40 anos. Por falar nisso “A Cumplice” é linda sim, um verdadeiro hino a mulher.
Quanto aos carros, eu não sabia do Bettina, mas Juca teve um dos únicos 2 Lamborghini Miura que havia no RIo, naquela época. O dele era laranja, e o outro, que diziam que era do Consul da Itália (?) era verde claro. Eu o vi também com vários Jaguar, um E-Type conversivel V12 verde e diversos sedans XJ, sempre V12. Se a memoria não me trai, acho que também o vi com umas duas Corvette conversivel. Sempre andando devagar, e quando nos conversíveis, sempre de teto aberto.
Uma vez paramos ao lado dele, na primeira fila de um sinal da Av. Copacabana. Ele no E-Type, de teto aberto e uma loura do lado. Eu estava com um amigo, que tinha um Fusca preparado, motor 1600 e escapamento esportivo. Decidimos provocar o Juca, pra ver se ele dava uma arrancada com o Jag. Meu amigo deu uma, duas, três aceleradas, giro lá em cima, fazendo bastante barulho, e o Juca impassível, olhando pra frente. Quando o sinal abriu, ele de repente olhou pro lado, levantando o corpo do assento, e GRITOU bem alto: VRUMMMMM !!!!!. Eu, do lado direito, cheguei a me assustar ! Depois saiu devagarinho, sorriso aberto, curtindo a sacaneada que nos deu….
Juca foi um marco na vida carioca daquele tempo, em que se dividia entre Rio e SP. Ainda não tinha encontrado a Yara, e trocava de namorada com a velocidade com que trocava de carro.
Logo que voltou do exilio, fez um show na Lagoa, e quando terminou de cantar, uma pessoa na plateia gritou: “São as mesma musicas de 5 anos atrás !” e ele calmamente, respondeu: “Pois é meu amigo, pra você ver como a vida tá difícil….Mas pior é você, tá que tá ai com a mesma mulher de 5 anos atrás” !!!
Em São Paulo, muito amigo do Ronnie Von, foi visitar o cantor que estava com uma doença séria, e, na época, dado como “desenganado” (termo antigo, né ?). Ele contou numa Fita K7, que o Ronnie morava num prédio luxuoso, e que entraram no elevador junto com ele, uma mulher muito bonita, de seios fartos e decote generoso, e um elegantérrimo senhor, lusitano. Ao girar o corpo pra posicionar-se no elevador, o portugues deu uma forte e involuntária cotovelada nos seios da mulher, que não conteve um “Ai”. O senhor, com seu sotaque característico teria dito: “Minha Senhora, tenho certeza de que se o seu coração for tão macio quanto seu seio, a Senhora há de perdoar-me” ao que a bela mulher teria retrucado: “Cavalheiro, se o seu pau for tão duro quanto seu cotovelo, eu moro no 501”.
Juca tinha alguns “desafetos preferidos” a quem não perdia a chance de satirizar, entre eles o apresentador e compositor Carlos Imperial, o cronista Henrique Pongetti e o colunista social Ibrahim Sued, que sofreram na mão dele.
Depois, encontrou sua alma gêmea, provavelmente a mulher da sua linda musica, abrandou o espirito critico, e foi com ela morar em Itapoã os últimos 40 anos de sua vida. Que eu espero que tenham sido muito felizes !!!
Descanse em Paz, Grande Juca Chaves.
FG, parabens por comentar algo sobre essa personalidade impar que era o Juca Chaves. Lembro inclusive de algumas mesas redonda com a presença dele e nas suas canções dava os seus recados.
Tive o imenso prazer de assistir seu show em Maringá no comecinho dos anos 90…tinha receio nem sei o porquê…saí encantado…
vai deixar saudades! otima dica Flavio!
Artista incomparável ….do nasal que segundo êle era normal
Juca Chaves, o Menestrel Maldito, nossos pais compravam as fitas-cassetes piratas e discos proibidos dos seus espetáculo com piadas interessantes e muito inteligentes. Ainda quando o artista morava em São Paulo,e residia no bairro do Morumbi , encontrava-nos no posto de gasolina próximo ao Jokey, dos carros me recordo alguns maravilhosos entre eles : Mercedes 280SL ( pagoda) de cor branca com estofamento na cor azul, depois carrões de outro planeta entre eles uns poucos que me recordo são: Jaguar E- Type Série III-1972 V-12, vermelho , conversível com interior na cor de conhaque, 1(um) jaguar XJ-12,quatro portas, dois tanques de gasolina, também na cor vermelha com estofamento na cor preta, três máquinas italianas da marca FERRARI , sendo elas; GTO 1974, 1(uma) modelo DINO GT4,e outra GTO -308 , gostava e adora de ouvir suas paródias e marchinhas , e as tradicionais piadas da velha que ficava na frente do quartel, com os canivetes suíços.