Blog do Flavio Gomes
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SAVE THE WAGONS!

SÃO PAULO (teria fácil!) – Recebo sempre press-releases da Audi Tradition e o de hoje me chamou a atenção, pela beleza da peruinha. É a NSU Uruguai, cuja história está contada abaixo no texto da assessoria de imprensa da montadora alemã. Como a NSU — uma das marcas que a VW comprou nos anos 60 […]

SÃO PAULO (teria fácil!) – Recebo sempre press-releases da Audi Tradition e o de hoje me chamou a atenção, pela beleza da peruinha. É a NSU Uruguai, cuja história está contada abaixo no texto da assessoria de imprensa da montadora alemã. Como a NSU — uma das marcas que a VW comprou nos anos 60 junto com a Auto Union dando origem à Audi como a conhecemos — está fazendo 150 anos, eles têm produzido algum material de imprensa bem interessante. Juntar Audi + Uruguai + perua é o bastante para me deixar bobo. Será que sobrou alguma lá na terra do Mujica? Pergunta para nosso Jason Vôngoli responder. Aguardemos.

É um modelo quadrado – como se desenhado com uma régua. A NSU Uruguai não se encaixa de forma alguma na linguagem de design dos automóveis da NSU no final dos anos 1960. E como isso aconteceu? O importador NSU no Uruguai, chamado Quintanar, começou a produzir e vender por conta própria uma perua em 1968 usando subconjuntos técnicos do NSU Prinz 4 de dois cilindros. No final daquele ano, a empresa havia vendido 140 unidades. Mas o importador queria mais, principalmente um motor mais potente para a perua – de preferência um quatro cilindros. Uma reunião foi realizada na fábrica de Neckarsulm em maio de 1969 para ver se isso era viável. Para esta reunião, uma carroceria foi enviada a Neckarsulm para que os engenheiros da NSU pudessem construir um protótipo. No fim, o motor de quatro cilindros do NSU Prinz 1000 não caberia no compartimento do motor sem grandes modificações — mas poderia caber na parte de trás do carro. Os representantes da Quintanar pareciam não se incomodar com a perda considerável de espaço de carga no processo, nem foram desencorajados por uma lista mais longa de problemas do departamento de Desenvolvimento Técnico da Neckarsulm. As autoridades de inspeção em Darmstadt avaliaram a perua NSU positivamente no geral, exceto por algumas “reclamações fáceis de consertar” e deram luz verde. E assim, entre 1969 e 1971, cerca de 500 peruas saíram da linha de montagem na América do Sul nas variantes de modelo P6 e P10. Em 1971, a NSU se retirou do mercado uruguaio – o que também selou o destino da “Uruguai”. Hoje, o protótipo do NSU P10 – o primeiro e único de seu tipo a rodar nas estradas alemãs – faz parte da frota de veículos históricos da Audi. É inegavelmente um dos modelos mais extraordinários, angulares e distintos da coleção.