Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MANHÃ

A IMAGEM DA CORRIDA SÃO PAULO (luz no fim do túnel) – Desde o GP do Brasil do ano passado que a Mercedes não levava dois pilotos ao pódio. Levou ontem. É um sinal de que pelo menos por uns dias a equipe terá paz. Há um caminho a seguir. Mas ninguém deve esperar por […]

A IMAGEM DA CORRIDA

Paz na Mercedes: finalmente um bom resultado

SÃO PAULO (luz no fim do túnel) – Desde o GP do Brasil do ano passado que a Mercedes não levava dois pilotos ao pódio. Levou ontem. É um sinal de que pelo menos por uns dias a equipe terá paz. Há um caminho a seguir. Mas ninguém deve esperar por milagres. “Ainda estamos muito longe da Red Bull, que corre numa liga diferente”, disse Hamilton.

Não, a Mercedes não vai brigar por vitórias a partir da próxima corrida. A distância ainda é grande. Mas esse carro revisado, pelo menos, pode levar o time a algum lugar, pensando já em 2024. O conceito anterior não oferecia essa possibilidade. Foi o que o GP da Espanha mostrou.

E acrescento à foto dos dois aliviados pilotos da Mercedes duas fotos do W14 “reloaded”, agora numa pista de verdade. Dá para notar a semelhança com os concorrentes mais bem cotados no campeonato — a saber, Red Bull e Aston Martin. A imagem da direita mostra Russell ultrapassando Sainz. É só clicar nelas para aumentar o tamanho.

O NÚMERO DA ESPANHA

8

…vitórias seguidas alcançou a Red Bull: a última de 2022, em Abu Dhabi, e as sete desta temporada. Já é a oitava maior sequência da história. O recorde é da McLaren: 11 vitórias consecutivas entre os GPs do Brasil e da Bélgica de 1988. A Ferrari venceu dez seguidas, de Canadá a Japão/2002. A Mercedes também empilhou dez vitórias seguidas três vezes: de Japão/2015 a Rússia/2016, de Mônaco a Singapura/2016 e de Brasil/2018 a França/2019. Nove consecutivas a Red Bull somou duas vezes: de Bélgica a Brasil/2013 e de França a México/2022. Por fim, as três séries de oito vitórias seguidas que o time igualou ontem: McLaren, de Inglaterra/1984 a Brasil/1985; Ferrari, de Itália/2003 a Espanha/2004; e Mercedes, de Itália/2014 a Austrália/2015.

O texto está enorme, aí em cima, mas é preciso citar todas as sequências históricas de vitórias por equipes na F-1 para ter uma noção do que representa a série atual. Nota-se que para estabelecer a maior de todas não falta muita coisa. Com mais quatro, a Red Bull vai ao topo dessa lista.

Não está tão difícil assim, pelo que temos visto.

Aplausos para o vencedor: massacre sobre a concorrência

A propósito, aqui vale outra listinha rápida. Trata-se da diferença de tempo entre o melhor carro da Red Bull e o melhor de outras equipes ao final de cada GP deste ano. Como se vê, a reação da Mercedes não muda muito o quadro. O time alemão agora consegue olhar para Ferrari e Aston Martin, mas para chegar em Verstappen (e Pérez, vá lá…) ainda falta bastante.

À lista: Bahrein, 38s6; Arábia Saudita, 20s7; Austrália, 0s1 (prova encerrada com safety-car); Azerbaijão, 21s2; Miami, 26s3; Mônaco, 27s9; Espanha, 24s.

Agora algumas notícias de hoje, em caixinhas:

PAGA – Nelson Piquet recorreu da multa que recebera de R$ 5 milhões por declarações de cunho racista e homofóbico em uma entrevista recente, mencionando Hamilton e Rosberg. A juíza do caso negou o recurso e manteve a multa. Os detalhes estão aqui.

ENCAMINHADO – Na entrevista pós-GP ontem em Barcelona, Hamilton deixou escapar que teria um encontro com Toto Wolff hoje para bater o martelo na sua renovação de contrato com a Mercedes. Um anúncio deve ser feito em breve. A história de uma transferência para a Ferrari esfriou completamente.

A FRASE DE BARCELONA

“OK, agora você pode trazer o carro pra casa. Dentro das linhas brancas. Obrigado.”

Gianpiero Lambiase, engenheiro de Verstappen
Verstappen e Lambiase: “casal de velhos”, segundo Horner

Foi engraçado, esse momento. Pouco antes, Max perguntou a Lambiase qual era a melhor volta da corrida. Ele respondeu, quase implorando: não se preocupe com isso, não precisa, você já tem algumas advertências por exceder os limites de pista, fica na sua!

Verstappen ignorou solenemente a recomendação pelo rádio. Baixou sua melhor volta em quase 1s e levou o ponto extra para casa. O cara quase morreu de aflição. Segundo Christian Horner, chefe da Red Bull, a relação entre os dois é comicamente rabugenta, como se fossem “um casal de velhos”.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS de ver Guanyu Zhou terminar a prova na nona colocação. Combativo, perseverante, foi buscar seus pontinhos até o fim. E conseguiu, numa corrida sem abandonos. Está de bom tamanho, para o fim de feira da Alfa Romeo. Foi a segunda vez no ano que o chinês chegou na zona de pontos, repetindo a posição da Austrália.

NÃO GOSTAMOS da participação pífia da McLaren, que pela quarta vez no ano ficou zerada. Com isso, soma apenas 17 pontos na classificação e vê a Alpine se distanciar na briga pelo quinto lugar, com 40. Lando Norris, largando em terceiro, perdeu uma ótima chance de fazer alguma coisa digna de nota ao perder o bico na primeira volta. Mas ele disse que mesmo sem o incidente não esperava terminar entre os dez primeiros. Um horror.