Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MANHÃ

A IMAGEM DA CORRIDA SÃO PAULO (no gás!) – Raramente repito fotos neste blog, mas hoje serei obrigado, por falta de opções. Talvez se tivesse alguma foto boa de “track limits”… Mas não achei. Pensei também em colocar aqui o comunicado da FIA sobre as oito punições que só foram definir o resultado final do […]

A IMAGEM DA CORRIDA

Laranja por todos os lados: a cor da temporada

SÃO PAULO (no gás!) – Raramente repito fotos neste blog, mas hoje serei obrigado, por falta de opções. Talvez se tivesse alguma foto boa de “track limits”… Mas não achei. Pensei também em colocar aqui o comunicado da FIA sobre as oito punições que só foram definir o resultado final do GP da Áustria quase às 22h pelo horário local, o que é meio ridículo. Não é foto, mas é imagem — uma folha de papel. Só que seria dar cartaz demais a uma bobagem, que é essa história de limites de pista. É muito fácil resolver: tem asfalto, cimento, concreto, zebra, dá para passar por cima sem correr riscos? Então pode. Quer limitar o espaço utilizável, estabelecer uma faixa de rodagem menos generosa, dificultar a vida dos caras, reduzir as velocidades? Que se coloque um fosso com crocodilos ou hipopótamos delimitando a pista. Ou grama, brita, paralelepípedos, areia movediça, o que quiserem. Algo que faça os pilotos perderem tempo. E acabou.

É muito ridículo cancelar os tempos de centenas de voltas num fim de semana. Punir oito pilotos cinco horas depois de encerrada uma corrida. Analisar 1.200 imagens procurando por centímetros além de uma linha branca. Não estou aqui pregando a transgressão, o suicídio assistido, a irregularidade, a malandragem, a virilidade babaca dos que dizem que “se decolar na zebra ou der no muro e morrer, azar, corrida é assim mesmo”. As soluções não são complicadas. É só estabelecer limites físicos para aquilo que se deseja que seja a pista. Em vez de perder tempo instalando sensores, câmeras, fiscais.

Essa baboseira precisar ser banida de vez.

O NÚMERO DA ÁUSTRIA

800

…pódios alcançou a Ferrari com o segundo lugar de Leclerc na Áustria. O primeiro de todos foi de Ascari, segundo colocado no GP de Mônaco de 1950. Nas estatísticas, depois dos italianos vêm McLaren (494), Williams (313), Mercedes (285) e Red Bull (248).

Leclerc no pódio: 800 troféus para a Ferrari

Haveria muitos outros números majestosos para escolher depois dessa corrida, mas todos eles seriam relativos a Verstappen, ou à Red Bull. Serão desmembrados abaixo, em caixinhas. Por isso a opção pela marca redondinha da Ferrari, que não deve ser desprezada, claro. Notem que a McLaren, segunda colocada na lista, está perto dos 500 pódios. Numa temporada minimamente competitiva, chegaria lá. Mas faz tempo que o time papaia não é minimamente competitivo. Nos últimos nove anos, incluindo 2023, conseguiu nove pódios. Um por ano.

VOLTAS NA LIDERANÇA – Começando com a pilha de cifras rubro-taurinas e verstappianas da semana. Max liderou o GP da Áustria até a volta 24, quando fez seu pit stop e perdeu a ponta. Assim, completou 248 voltas seguidas em primeiro lugar, desde a 48ª do GP de Miami. Em Mônaco, Barcelona e Montreal, liderou todas. A sequência é a terceira maior da história, perdendo apenas para as 305 de Ascari entre os GPs da Bélgica e da Holanda de 1952 e as 264 de Ayrton Senna entre os GPs da Inglaterra e da Itália de 1988 — interrompida após um acidente bobo com o retardatário Jean Louis Schlesser. A Red Bull, em 2023, liderou nada menos do que 95,34% das voltas percorridas em nove etapas: 532 de 558. Dessas, 419 na conta de Verstappen e 113 na de Pérez.

Verstappen vence a nona no ano: Red Bull atrás de recordes

VITÓRIAS SEGUIDAS – Foi a décima vitória seguida da Red Bull na F-1, contando a de Abu Dhabi, no encerramento do Mundial de 2022, e as nove primeiras deste ano. O recorde para uma equipe é de 11, da McLaren em 1988 (do Brasil à Bélgica). A equipe inglesa também detém, por supuesto, o recorde de vitórias seguidas na mesma temporada. Se tudo correr dentro da normalidade, a Red Bull deve superar essa marca. Na história há outras quatro sequências de dez vitórias seguidas do mesmo time. A Ferrari fez isso em 2002 (do Canadá ao Japão) e a Mercedes, três vezes: de Japão/2015 a Rússia/2016, de Mônaco a Singapura/2016 e de Brasil/2018 a França/2019.

100% DE APROVEITAMENTO – Até aqui a Red Bull ganhou todas no ano, mas ainda vai ter de remar bastante para bater a McLaren de 1988 no percentual de aproveitamento. Naquela temporada, o time de Senna e Prost ganhou 15 das 16 etapas, 93,75% do total. Para superar essa marca, a dupla Verstappen-Pérez precisa de 21 vitórias em 22 corridas. Não é fácil. Na história, depois do massacre da McLaren de 1988, os melhores aproveitamentos num mesmo campeonato foram da Mercedes em 2016 (90,48%, com 19 vitórias em 21 corridas) e da Ferrari em 2002 (88,24%, com 15 triunfos em 17 GPs).

A FRASE DE SPIELBERG

“A gente sabe que o carro é ruim. Apenas pilote.”

Toto Wolff, para Hamilton
Hamilton: domingo nada florido com a Mercedes

Os 11 pontos somados por Hamilton e Russell na Áustria deram à Mercedes seu pior fim de semana no ano. Com o agravante de que era um GP com Sprint, com chance de pontuar no sábado. Por isso Lewis reclamou tanto durante a corrida. A ponto de Toto Wolff entrar no rádio e pedir para ele ficar quieto e apenas dirigir.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS da boa atuação de Lando Norris, que terminou em quarto depois da punição a Sainz. Foi seu melhor resultado no ano, depois de duas provas seguidas sem pontuar. As atualizações da McLaren, aplicadas apenas em seu carro (Piastri vai recebê-las em Silverstone), funcionaram, pelo jeito. E o inglês ainda foi eleito “piloto do dia” na internet.

NÃO GOSTAMOS dos resultados de audiência da corrida na Band: apenas 2,6 pontos pelo Kantar-Ibope, deixando a emissora do Morumbi em quarto lugar no horário na Grande São Paulo, atrás de Globo (8,8), SBT (3,2) e Record (2,7). A Globo estava com um jogo de futebol feminino no ar, o SBT com seu “Domingo Legal” e a Record, com desenhos do Pica-Pau.