Blog do Flavio Gomes
F-1

MAXLÂNDIA (2)

POÇOS DE CALDAS (aqui, chuva!) – Max Verstappen larga na pole amanhã na Holanda. Se vencer a corrida, chega a nove vitórias seguidas na F-1, igualando o recorde de Sebastian Vettel, registrado em 2013 com a mesma Red Bull. É a primeira marca de uma série que o holandês deve quebrar no restante da temporada […]

Albon, quarto: grande nome do sábado

POÇOS DE CALDAS (aqui, chuva!) – Max Verstappen larga na pole amanhã na Holanda. Se vencer a corrida, chega a nove vitórias seguidas na F-1, igualando o recorde de Sebastian Vettel, registrado em 2013 com a mesma Red Bull. É a primeira marca de uma série que o holandês deve quebrar no restante da temporada de 2023, se mantiver o ritmo assustador que vem mostrando neste campeonato. Seu domínio é absoluto.

Ninguém, claro, se espantou com a oitava pole de Verstappen no ano. Chamou a atenção, mesmo, o excepcional quarto lugar de Alexander Albon, da Williams. E a confirmação do ótimo momento da McLaren, que colocou Lando Norris em segundo.

Sem mais delongas, como diz o outro, vamos ao que aconteceu neste sábado em Zandvoort.

Pista molhada: começo tinhoso da classificação

Sol e chuva, casamento de viúva na abertura do Q1. Pista molhada, bem molhada, mas com as nuvens mais carregadas se afastando e sol e céu azul aparecendo entre elas. Mas não dava para usar pneus slicks. Assim, foi com intermediários que os pilotos começaram a deixar os boxes.

Albon fechou a primeira volta cronometrada da classificação com 1min31s315. Mais de 20s mais lento que no seco, ontem. Mas os tempos começaram a cair rapidamente na medida em que os pilotos iam encontrando os limites de frenagem e as melhores trajetórias no asfalto escorregadio e traiçoeiro. Para isso, passearam na brita com frequência – inclusive Verstappen, no início da sessão, reclamando barbaridade com a equipe.

O tempo mudou de repente e o sol desapareceu nos últimos minutos do Q1, voltando a chover fraco. Quando a pista esteve em seu melhor momento, as voltas entraram na casa de 1min20s e o mesmo Albon, daquele 1min31s do início, fechou a primeira parte da classificação com 1min20s939, seguido por Verstappen, Piastri e Norris. Zhou, Ocon, Magnussen, Bottas e o estreante Lawson foram os eliminados.

O neozelandês da AlphaTauri ficou em último, a 2s481 do tailandês da Williams. Normal. Nunca tinha andado nesse carro, primeiro GP, chamado às pressas. Não se pode exigir muito, como pouco se exigiu, por exemplo, de Pietro Fittipaldi no final de 2020, quando ele substituiu Grosjean na Haas. Ainda assim, é preciso que se diga: pilotos jovens têm de aproveitar essas chances, que são raras. Não adianta apenas mostrar que sabem dirigir carros de F-1 e devolvê-los aos boxes sem riscos na lataria.

Norris: McLaren bem

O Q2 foi parecido: nuvens negras, algumas gotas, alertas de radar, o sol aparecendo um minutinho, se despedindo e voltando, e nessa situação a pista demorava um pouco mais do que o normal para secar de vez. O trilho ideal não era exatamente perfeito. Spray não havia, porém, indicando que pelo menos no Q3 havia uma chance de o asfalto se oferecer numa condição mais amigável aos pilotos.

Verstappen baixou de 1min20s pela primeira vez no sábado, com 1min19s652 a 5min do final da segunda parte da classificação. E foram os últimos minutos os mais interessantes, porque aí sim a pista melhorou bastante. Quem percebeu o que estava acontecendo e colocou um jogo de pneus intermediários novos começou a subir na tabela: Albon, Piastri, Russell e Alonso entraram na casa de 1min19s também.

Quando a quadriculada foi mostrada, Piastri era o primeiro com 1min19s392. Mas todo mundo estava na pista tentando melhorar. Verstappen foi um deles: 1min18s856, para não deixar muitas dúvidas sobre quem mandava em Zandvoort. E os cinco ceifados foram Stroll, Gasly, Hamilton, Tsunoda e Hülkenberg. Nem é preciso dizer que Lewis foi a grande decepção, com o 13º tempo. E que a Williams, levando seus dois pilotos ao Q3, foi a maior surpresa. Desde o GP da Bélgica de 2021 que o time não ia com dois carros à fase final de uma classificação.

No seco: Max sem adversários

Piastri, Pérez, Verstappen e Leclerc saíram sem enrolar muito dos boxes no Q3 com pneus intermediários, para fazer uma voltinha de reconhecimento do asfalto. Os demais colocaram pneus slicks macios. Já dava. No trilho, a pista estava seca. O sol voltou. Russell fez 1min18s245 com a borracha lisa, e na sequência Albon cravou 1min15s743. Definitivamente, a pista estava OK. Só que, aí, Sargeant, que estava em segundo, bateu na curva 2. A bandeira vermelha foi acionada, faltando 8min13s para o fim da classificação.

Naquele momento, Albon, Sargeant, Sainz e Russell tinham tempos registrados. Demorou um pouco para os comissários arrumarem a barreira onde Sargeant bateu, mas quando a sessão foi reiniciada a pista seguia seca. Para sorte dos que ainda não haviam fechado voltas, a chuva não voltou.

A primeira volta rápida após a retomada dos trabalhos foi de Norris, 1min12s049 – tempo de pista totalmente seca. Piastri foi para a segunda colocação. E Leclerc bateu na curva 9 bisonhamente. Nova bandeira vermelha, a 4min05s do encerramento.

O grid na Holanda: Verstappen na pole

Desta vez a paralisação foi mais curta. Sobrava tempo para apenas uma volta rápida para cada um nos instantes finais do Q3. Max fez sua volta voadora em 1min10s567. Um temporal. Pole-position, mais uma, a 28ª na carreira. Norris larga em segundo, 0s537 atrás. Russell ficou em terceiro e Albon, com a modestíssima Williams, conseguiu um extraordinário quarto lugar no grid. Depois vieram Alonso, Sainz, Pérez (péssimo, em sétimo), Piastri, Leclerc e Sargeant fechando os dez primeiros.

Desde a volta da Holanda à F-1, em 2021, só Verstappen fez poles e venceu. Hoje ele começou a escrever a mesma história.