Blog do Flavio Gomes
Colunas Warm Up

Malandrinha

SÃO PAULO (dois pesos) – É preciso conhecer os detalhes, para saber se a Ferrari “interpretou o regulamento de forma diferente” ou agiu de má-fé na história das asas dianteiras flexíveis. Na minha modesta opinião, no automobilismo todo mundo rouba. Isso vale para corrida de kart indoor até a F-1. Todo mundo trapaceia, até alguém […]

SÃO PAULO (dois pesos) – É preciso conhecer os detalhes, para saber se a Ferrari “interpretou o regulamento de forma diferente” ou agiu de má-fé na história das asas dianteiras flexíveis. Na minha modesta opinião, no automobilismo todo mundo rouba. Isso vale para corrida de kart indoor até a F-1. Todo mundo trapaceia, até alguém reclamar.

É claro que ninguém é burro o bastante para fazer coisas facilmente detectáveis, ainda mais na F-1. “Interpreta-se” o regulamento e pronto. Má-fé? Bem, depende do ponto de vista. Ninguém inventa essas coisas e fica esfregando as mãos dizendo “vamos ferrar todo mundo, hahaha, como somos maus!”. Isso seria uma boa descrição de ato de má-fé. Acho que a coisa é diferente. O cara descobre uma brecha, “interpreta” o regulamento, esfrega as mãos e exclama, meio baixinho, quase sussurrando: “Acho que vamos nos dar bem com isso, deve funcionar”. Não há má-fé aí, há até uma boa fé, a fé de que tudo vai dar certo, o carro vai melhorar etc.

Fé boa ou má, o fato é que a Ferrari vai mudar as asas. Sem punições. A BAR, ano passado, inventou aquele tanque mandraque que foi pego em Imola e levou a maior ferrada da FIA. Lembro que na época achei absolutamente desproporcional a punição. Aliás, escrevi duas colunas a esse respeito, na época: Todo mundo rouba e Qual o pecado da BAR?.

A verdade é que a Ferrari faz o que quer e fica tudo por isso mesmo.