Blog do Flavio Gomes
Bus Stop

BUS STOP

SÃO PAULO (adeus, Flechas) – Thiago Marinho foi o blogueiro que mandou a triste notícia. Os novos (nem tão novos assim…) donos da Viação Cometa vão deixar de operar a linhagem dos Flechas Azuis. Neste excelente blog há um texto exemplar sobre o fim desses ícones das estradas brasileiras, fim que já se anunciava desde o […]

SÃO PAULO (adeus, Flechas) – Thiago Marinho foi o blogueiro que mandou a triste notícia. Os novos (nem tão novos assim…) donos da Viação Cometa vão deixar de operar a linhagem dos Flechas Azuis. Neste excelente blog há um texto exemplar sobre o fim desses ícones das estradas brasileiras, fim que já se anunciava desde o momento em que a gloriosa Cometa mudou de mãos.

O autor do texto se chama Hamilton, e ele ainda indica o “show de setas” na rodovia dos Bandeirantes (há varios vídeos do mesmo autor no YouTube) que só mesmo os motoristas da Cometa entendiam e sabiam fazer. Vendo essas imagens, me lembrei de “Contatos Imediatos…”, o Cometão como uma nave misteriosa, pulsante, cumprindo seu destino.

Viajei muito nesses ônibus, durante os quatro anos em que morei em Campinas. Foram exatos 100 jogos da Portuguesa de 1978 a 1981 a que assisti em SP, chegando sempre na rodoviária antiga da Luz, caminhando até o metrô, descendo na Ponte Pequena, cruzando o terreno da Escola Técnica Federal até o portão do Canindé na Rua da Piscina, 33. E depois tudo de volta, comprando sempre na banca de jornais da rodoviária um álbum do Tintim ou do Asterix, e era a conta certa, precisa: o Cometa entrava na Anhanguera, depois de se livrar do trânsito da cidade, e eu começava a ler o álbum. Exatamente uma hora depois tinha terminado, com o Cometa estacionando na rodoviária de Campinas, onde meu pai me esperava. Isso nunca falhou. Eu olhava para os motoristas com admiração e respeito e sempre dizia “obrigado” ao descer do ônibus, que nem ofegava.

Nunca esquecerei o cheiro de tutti-frutti e as poltronas vermelhas.