SÃO PAULO (falta uma semana) – Bem macacada, é melhor ir se acostumando com o visual… Acho que já não é mais mistério para ninguém que o #96 terá de ser substituído nos corações da blogaiada pelo #69, que tem sua estréia marcada para a semana que vem em Londrina (17 a 19 de outubro), onde a Superclassic fará, a exemplo do ano passado, uma prova extra-campeonato (tem hifen?) enquanto Interlagos está fechado.
Esse Lada tem uma história longa e muito interessante, começando lá nos anos 70 em Adis-Abeba, na Etiópia, vindo parar no Brasil por via diplomática. Passou por algumas modificações, mas tudo isso será contado num site próprio do carrinho que em breve estará no ar. Tem até KGB no meio!
Como se sabe, esse modelo é feito desde a década de 60 do mesmo jeito, e procurei voltar ao visual original com faróis redondos e lanternas compradas em Praga. A traseira a gente vai acertar depois. Desde junho o #69 está sendo montado na LF, com “projeto gráfico” do Bruno Mantovani (projeto antigo, há tempos que quero fazer esse carro) e coordenação-geral do Luís “Nenê” Finotti.
O motor não é AP, não. Todos aqui sabem de minha ojeriza por motorização não-original em carros antigos de competição, embora isso seja uma realidade da Superclassic por vários motivos — performance, custos, facilidade para encontrar peças etc. É motor de Lada, mesmo, 1.600 cc, bem preparado, com algo em torno de 140 hp (é o que a gente imagina, ainda não foi para dinamômetro). Quem fez foi o Saúva. Tiramos bastante peso (não tem nada de fibra, porém), usamos projetos da VFTS (uma preparadora Lada da Lituânia) para redimensionar as suspensões, fazer o santantônio (que, no caso dele, é sanpetersburgo) e o escapamento, estamos usando rodas um pouco maiores que as originais de rua (o modelo escolhido foi da Fiat, que, como também se sabe, copiou o projeto da Lada para fazer o 124…), os vidros foram substituídos por acrílico e mais todo o resto que é preciso para se fazer um carro de corrida.
O #96, está decidido, e não poderia ser diferente depois das palavras do Trevisan, vai para o Museu do Automobilismo Brasileiro, onde será muito bem tratado e ficará em companhia de alguns dos mais importantes carros de corrida da história do país. Não estará “morto”, porém. Sempre que der, irei ao Sul para dar umas aceleradas em eventos locais de antigos. E, um dia, trago de volta para se juntar aos meus outros brinquedinhos. Aliás, estou até planejando uma festa de despedida aqui em SP, e a blogaiada, claro, será avisada e convidada.
O #69 será amaciado em Londrina, num fim de semana que, para ele (e para mim), será mais de testes do que qualquer outra coisa. Já nasce com pequenos patrocínios da Pirelli (cedeu os pneus) e da Corsa (banco e cinto), a quem agradeço desde já pela parceria. Daqui a alguns dias vocês conhecerão mais detalhes do que estou planejando para esse carro, que vai abrir a chance para todos participarem de sua história diretamente.
Assim, fica convocada a blogaiada de todo o Brasil, especialmente do Paraná, claro, para a estréia na semana que vem. Temos 22 carros confirmados, que saem de São Paulo na próxima quarta-feira em duas cegonhas, com previsão de chegada a Londrina na quinta. Vamos participar de mais uma rodada do Metropolitano de Velocidade no asfalto no Autódromo Ayrton Senna, que contará também com a categoria Marcas & Speed.
Teremos treinos livres na sexta (10h, 11h45, 14h15 e 15h45) e no sábado (9h45). Às 11h30 do sábado faremos a classificação e, depois, um warm up às 14h15, com largada da primeira bateria às 16h30. No domingo, novo warm up às 9h30 e largada para a segunda bateria, com grid invertido, às 10h30.
O #69, que será um fenômeno de marketing e vai acabar com a crise econômica mundial, já tem uma extensa lista de produtos licenciados, como camisetas e miniaturas de papel. Em breve, tudo isso estará no seu site, também (que está sendo montado pelo blogueiro luso Douglas Nascimento).
E é isso. Podem aguardar, porque a trajetória desse sedãzinho branco vai ser tão divertida para todos nós quanto a do #96, que merece um breve descanso. E tenho certeza que um grande amigo nosso, que está lá com o Paul Newman e outros caras, deve estar achando tudo isso o maior barato! Porque um dia, e agora vou contar um segredo, o Veloz me chamou num canto e perguntou: “Por que você não faz um Lada para correr? Isso sim é carro!”.
Fiz.