Blog do Flavio Gomes
#69

MEU CORCEL AMARELO

LONDRINA (nada mau) – Nada vai diminuir a frustração da não-estréia do #69. Mas ainda bem que faço parte de uma equipe de primeira. Ontem mesmo o Luiz “Nenê” Finotti me colocou à disposição o Corcel II que foi trazido a Londrina para, como o #69, estrear nas pistas. Outro carro nunca testado, cabaço de tudo, […]

LONDRINA (nada mau) – Nada vai diminuir a frustração da não-estréia do #69. Mas ainda bem que faço parte de uma equipe de primeira. Ontem mesmo o Luiz “Nenê” Finotti me colocou à disposição o Corcel II que foi trazido a Londrina para, como o #69, estrear nas pistas. Outro carro nunca testado, cabaço de tudo, e era com ele que o Nenê queria correr aqui. Mas ele trouxe o Topolino, não iria ficar a pé, o Corcel olhou para mim, eu olhei para ele e resolvemos nos conhecer…

Ontem foi um desastre. No banco, preparado para um rapaz que iria alugar esse carro, mas desistiu, cabiam dois eus. Sou baixinho, e não alcançava os pedais. Meus braços ficavam esticados para segurar o volante. E o banco é tão baixo que eu não enxergava a pista.

O carro tem um canhão debaixo do capô, AP (argh), não sei quantos cavalos, nem a cilindrada, mas é claro que, como tudo que sai da LF, nossa equipe, um primor de construção. Dei meia-dúzia de voltas, parece que pegaram uma em 1min48s, e voltei para o hotel putcho da cara. Para se ter uma idéia, o Nenê, com o Topolino, tem sido o mais rápido de todo o fim de semana virando na casa de 1min39s.

Hoje de manhã, ainda meio sonado por causa do treino da F-1, levei umas almofadinhas, colocamos no banco, que foi deslocado para a frente, e as coisas melhoraram. A posição de dirigir ficou muito melhor, embora eu continuasse socado no banco, sem enxergar a pista direito. Saí para o último treino livre antes da classificação e virei 1min44s896, oitavo tempo (empatado com o Rogério Tranjan, de Passat), entre 18 carros. O Bianco do Ricardo Magnusson foi o mais rápido, com 1min41s568.

Fomos para a classificação quando começaram a cair uns pingos. Mas ficaram em uns pingos, mesmo, não choveu e não molhou a pista. O Nenê, que não treinara de manhã, cravou a pole com facilidade, 1min39s136. Virei 1min42s980 e fiquei em oitavo no grid. Não foi ruim, mas também não foi nada excepcional. Os nove primeiros no grid eram da Divisão 3, todos AP.

Na corrida, não larguei mal. Passei a Brasília do Hugo Borghi e vi os seis primeiros, Nenê à frente, começarem a desgarrar. O Carlos Braz, meu velho adversário de DKW, hoje correndo de Passat, colou na minha bunda. O Hugo vinha atrás. Com três carros juntinhos, a tendência é de os tempos subirem, e subiram mesmo. E a turma da frente foi embora.

Aí, foram 15 voltas com os três grudados, uma diversão só. O Braz me passou já não lembro onde, e depois o Hugo fez o mesmo no último cotovelo, quando a bolota do câmbio saiu na minha mão e em vez de entrar segunda, entrou ponto-morto. Em corrida assim, errou, andando tão perto, um abraço. Perdi a posição. Mas consegui passar o Hugo uma ou duas voltas depois. E fui atrás do Braz.

Lá na frente alguns carros iam ficando pelo meio do caminho. O Carlão (Puma) perdeu marchas, o Magnusson e o Gildo (Zé do Caixão) também tiveram problemas. Faltavam umas cinco voltas e notei que o Braz começou a perder o traçado em alguns pontos, cometendo um errinho aqui, outro ali, atrasando algumas freadas e perdendo algum tempo. Encostei e na saída do Bacião, antes do mesmo cotovelo onde a bolota do câmbio saiu na minha mão, consegui me posicionar por dentro, acelerando. O Braz perdeu o ponto de freada e consegui passar.

No final, quarto lugar na geral. Um resultado que a LF comemorou, porque colocamos cinco carros entre os seis primeiros: Nenê (Topolino), com 50s689 de vantagem para o Gulla (Puma), com o Fábio Coelho (Passat) em terceiro, eu em quarto, o Braz (único “não-LF”) em quinto e o Hugo (Brasília) em sexto. Minha melhor volta: 1min44s220.

Amanhã de manhã a gente larga com grid invertido. Significa que estarei em 18º entre 21 carros. Mas com meu Corcel amarelo emprestado, vai dar para ganhar várias posições até a metade da prova, mais ou menos, porque em Londrina é duro de passar.

Curti meu Corcel amarelo. Mas cada vez que olho para o “zoiudo” do #69 encostadinho ali no box, me dá uma raiva! Assim como nos blogueiros (não vou citar nomes, porque senão esqueço alguém, e já viu…), muitos, mas muitos mesmo, que estão aqui para se juntar à nossa alegria de acelerar. Acelerar sempre, como dizia o Veloz, que deve estar morrendo de rir do Lada que não anda. Mas vai andar, ah, se vai!