Blog do Flavio Gomes
Autódromos

CEREGATTI II – A MISSÃO

PELOTAS (sem perguntas) – Desculpem a demora, vim ao Sul resolver algumas pendências pontuais. Vamos tentar colocar o dia em ordem, começando com Interlagos. Vocês já viram que nosso diretor-adjunto para Assuntos Asfálticos, Cúrvicos e Réticos, Comendattore Claudio Ceregatti, foi ao autódromo ontem, conversou com o administrador Roberto Seixas e novas ideias surgiram. Segue sua […]

PELOTAS (sem perguntas) – Desculpem a demora, vim ao Sul resolver algumas pendências pontuais. Vamos tentar colocar o dia em ordem, começando com Interlagos. Vocês já viram que nosso diretor-adjunto para Assuntos Asfálticos, Cúrvicos e Réticos, Comendattore Claudio Ceregatti, foi ao autódromo ontem, conversou com o administrador Roberto Seixas e novas ideias surgiram.

Segue sua sucinta descrição, já na nova ortografia, o que me fez tirar alguns acentos e arrumar uns hifens…

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22h05

Acabo de chegar do Templo, onde estive pela tarde inteira em companhia do Roberto Seixas. O Chico Rosa volta na próxima segunda de férias. Fui ultrabem-atendido, pra variar. Como toda ideia nova, há resistências naturais, que não vêm ao caso agora. Apenas uma visão objetiva e destituída de emoções, como deve ser a todo bom administrador.

Mas andei com meu carro pelo Templo (morram de inveja, meros mortais) como quis e onde quis, com autorização expressa para verificar principalmente a topografia real. Fiquei mais de quatro horas sozinho, circulando em cada ponto, e depois voltei para a sequência da reunião, e passeei com o Seixas depois para mostrar cada ponto.

É bem mais viável do que parece, e já mexi em alguns pontos, visando a melhor relação custo versus benefício. Antecipo alguns deles:

1- A posição do sacarrolha ideal é na placa dos 50 metros, portanto antes da sugestão inicial. A retinha antes do descidão vira uma bela reta pra embalar.

2- O sacarrolha não é subidão, é subidinha. Coisa de 3 ou 4 metros apenas. Ainda assim, ducarayyyy… Quase aquela curva nojenta do Japão.

3- A segunda perna do sacarrolha não acaba em cima do asfalto antigo e original, senão dá de cara com um murão brabo e colunas de sustentação externas e expostas. Solução: o lado externo da segunda perna acaba na tangente interna do atual retão. Dessa forma, o S fica ainda mais “curto e grosso” e sobra uma bela área de escape para os mais afoitos.

4- A partir daí, um novo piso vai apontando exatamente para onde começa a nova Curva do Sol na proposta anterior. Fica dez, é bem plano no local e contempla a segurança.

5- A nova Curva do Sol em descida é exatamente como está, mas sem aterro do lago, e sim em cima de pilotis bem profundos, quase uma ponte. Não é uma ponte exatamente pois o lago permanece por baixo e se preenche a área de escape sobre uma laje. Ninguém do Ibama, ou xiitas ecológicos, vai pegar no pé. Fica até uma bela sombra para os peixes (tem peixe lá, sim). Quanto ao lado interno, sem crise: se faz a mesma solução já pronta da atual Descida do Lago. Fácil, fácil. E se folgar, com uma laje formando um porto, literalmente. Gostaram?

6- Aí vem a reta que propus inicialmente, mas mudei de ideia no local. Para fazê-la, existe necessidade de muita movimentação de terreno, pois o desnível é pronunciado e sobe e desce, com longas ondulações. Mas aí brilhou a idéia, e acho que fica duca: refazer a curva da Ferradura!!!

7- Desta forma, a partir do final da nova Curva do Sol exatamente em cima da saída da antiga curva 4, segue-se o traçado original inteirinho. Não se mexe em terraplenagem, recortes de terreno, muros de arrimo e outras coisas. Fica “originalzinho”, não é lindo?

8- Até exatamente a entrada da Ferradura original, a primeira perna à direita, o famoso “esfria-saco”, que ainda está lá sem uso.

9- Bem ali, se faz um espelho da curva da Ferradura original. O mesmo traçado, espelhado. E o melhor: o esfria-saco permanece, mas mergulhando no lugar de decolar! Praticamente não se mexe no terreno, fica sensacional.

10- Dessa forma, a nova Ferradura mergulha numa curva rapidíssima à esquerda, e depois entra no traçado atual, subindo! Pra mim, a emenda saiu melhor do que o soneto, adorei.

Basicamente é isso. E já tenho a missão de montar o plano de negócio completo. Vou precisar da ajuda de arquitetos, engenheiros civis, designers de softwares 3D específicos, o escambau (mas não agora, é cedo). Comprometi-me com o Seixas a entregar um “basicão” que eu mesmo vou produzir para começarmos a conversar. Se passar pelo Chico Rosa, aí a coisa pega. E certamente outros ajustes serão feitos, é um processo longo e tortuoso.

Me aguardem. Tô cheio de tesão, e o nosso amigo Seixas tambem, mas é o gestor: lúcido, sério, focado, objetivo e extremamente profissional. Um poço de gentileza, mas tem uma missão a cumprir, que não é exatamente satisfazer sonhos malucos com dinheiro público.

Ouviu-me surpreendido, autorizou-me, acompanhou-me e nos apoia em princípio e de fato.

Abraços, bando de malucos. Depois mando a conta.

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Isso posto, peço à blogaiada para não me mandar mais sugestões de traçados! Não terei espaço para colocar todos no ar. E, como se vê, nosso diretor-adjunto para Assuntos Láguicos, Traçádicos e Ferradúricos já entrou de sola na bagaça!