Ainda segundo a lenda, eram, sei lá, 16 reunidos na sala e 14 nem tinham carteira de motorista. E decidiram fazer carros… Não é demais? E em 1947 os carros nasceram em Trollhättan com motorzinho DKW de dois cilindros, depois evoluindo para um três cilindros parecido com os dois tempos alemães (tenho um desses, 1964, lindo de doer), e depois veio o V4 que a Ford pediu para a SAAB testar e foi adotado pelos suecos, e o resto é história. Fizeram carros espetaculares, sempre.
Eu dizia que o resto era história até a ganância chegar, quando a GM, em 1990, comprou metade da SAAB. Dez anos depois, comprou a outra metade e passou a ser proprietária de 100% da companhia.
Nunca entendi por que essas montadoras menores foram se vendendo sem a menor cerimônia ao longo dos anos. Para ganhar mercado? Para entrar nos EUA? Por que não se contentar com mercados menores, produção mais contida, qualidade e tradição?
Não tem como dar certo, lamento. Uma história linda de uma marca adorada mundo afora não pode ser tratada assim, como fábrica de salsicha. A GM tem demonstrado, nos últimos anos, uma incompetência crônica para administrar o monte de marcas que foi comprando por aí, como se estivesse num supermercado. É um desastre de gestão, e só vai sobreviver se Barack Obama abrir o bolso para salvá-la.
Eu, se fosse a rainha da Suécia, tomava a fábrica de volta e devolveria tudo à administração dos Trolls, como a fantástica fábrica de chocolate Wonka. Mas jamais emprestaria dinheiro à GM.