Não faria sentido para a Petrobras permanecer na categoria apenas como patrocinadora, para estampar sua marca num mercado que ela não atinge globalmente. O projeto da estatal na F-1, e isso posso falar sem medo de errar porque conheço toda essa turma, tinha como objetivo principal o desenvolvimento de combustíveis e lubrificantes — mais até do que fazer publicidade.
Foram 11 temporadas de enormes progressos, a ponto de outras equipes terem se interessado pelos produtos nacionais nesse tempo todo. Com uma equipe enxuta e muito competente, liderada pelo engenheiro Rogério Gonçalves na parte técnica e Cláudio Thompson no marketing, a Petrobras se igualou a concorrentes de peso como Elf, Mobil e Shell num ambiente ultracompetitivo, e foi aprovada com louvor.
É possível que da lista de despesas da Honda com o fechamento de sua equipe faça parte uma gorda indenização à empresa brasileira. Afinal, um contrato foi rompido unilateralmente, e a Petrobras tinha planos para o time e verba comprometida com pessoal e pesquisa. Seria bom que viesse a público para esclarecer o desfecho desse episódio em termos financeiros, inclusive.