Blog do Flavio Gomes
#69

2’16″606

SÃO PAULO (foi bom, mas foi ruim) – Well, well, well. O sábado foi bem legal em Interlagos. A começar pela presença da turma da poeira, que veio de Santa Catarina em ônibus fretado sob o comando do Francis Henrique. Nossos eventos do Paulista estão longe, muito longe, do que se faz na Velocidade na […]

SÃO PAULO (foi bom, mas foi ruim) – Well, well, well. O sábado foi bem legal em Interlagos. A começar pela presença da turma da poeira, que veio de Santa Catarina em ônibus fretado sob o comando do Francis Henrique. Nossos eventos do Paulista estão longe, muito longe, do que se faz na Velocidade na Terra por aquelas bandas. Lá eles têm 10, 15 mil pessoas por corrida. Aqui, arquibancadas vazias. Mas creio que o pessoal se divertiu. Eu, como sempre, não pude dar a atenção que todos mereciam, mas felizmente existe o Comendador Ceregatti, nosso anfitrião oficial. A blogaiada se integrou, acho que todos tiveram um dia legal. Aliás, os boxes estavam mesmo mais cheios do que o normal. E nosso grid, também. Aumentou um pouquinho em relação às primeiras corridas do ano.

Foi a quarta etapa da Classic Cup e largaram 29 carros. Acho que, aos poucos, a gente vai caminhar para os quase 40 de anos anteriores. E ainda teremos novidades neste ano. O Alfredo Gehre está montando a Classic Cup Light, para carros com menos preparação e maior grau de originalidade, e vai sair. As provas serão um pouco mais curtas e as inscrições, bem mais baratas. Baita esforço do Alfredo que em breve veremos em Interlagos. Darei detalhes nos próximos dias.

“Meianovemente” falando, as coisas começaram bem já na sexta-feira porque a câmera on-board que comprei pela internet (sugestão de um blogueiro, mas não lembro o nome, sorry) funciona que é uma beleza. Vocês precisam ver a qualidade das imagens! Acho que no começo da semana o departamento de vídeos do blog já terá condições de colocar uma pequena edição no VocêTube. Está prometido. Finalmente a blogaiada vai andar de carona no Meianov.

O carro andou bem na sexta, na casa de 2min17s baixo, mais ou menos dentro do esperado. Pela manhã, na classificação, meu chefe de equipe (meu manager Salomão só apareceu depois da corrida, acho que vou demiti-lo de novo), o Nenê Finotti, pediu que eu ficasse atento às placas no pit-wall. Se fizesse uma volta na casa de 2min16s (otimista, ele), me chamaria para os boxes que já estaria de bom tamanho. Isso porque detectamos um vazamento nos retentores do diferencial que estavam jogando óleo nas lonas traseiras e meu freio estava travando em alguns pontos.

Depois de quatro voltas, vi a placa e parei. Tinha virado 2min16s753, na média de 113,434 km/h. Nada mau, ainda mais que a pista estava meio úmida do sereno da madrugada. Gostei. E as imagens on-board, novamente, ficaram ótimas.

O tempo me deixou em 24º no grid. Na minha divisão, a D1B, quarto entre quatro. Os três primeiros eram Passats: Rogério Tranjan em 12º (Trovão Azul #44, 2min09s160), Rafael Gimenez em 13º (#13, 2min09s559) e Carlos Braz em 22º (#21, 2min13s852). Na pole, a volta gloriosa do nosso Doutor Evaldo Luque, com a BMW motor AP, enquanto a outra não fica pronta. Cravou 2min02s384, a 126,752 km/h.

O dia foi de um sol gostoso, sem calor, temperatura ótima para ficar dentro de um carro. A largada, lançada, só foi dada depois de duas voltas de apresentação. E, para o Meianov, a corrida durou três voltas. Eu terminei, mas depois da terceira volta fiquei andando sozinho, o que é muito chato. As três primeiras voltas, no entanto, compensaram. Eu consegui passar o Fusca do Du Lauand na largada e, na chegada do S do Senna, vi que tinha um certo melê à frente. O Puma do Alfonso Abrami estava atravessado na entrada do Sol e, milagrosamente (vocês verão no vídeo), ninguém bateu nele. Eu passei bem perto.

Nessas, sofri o primeiro ataque dos besouros. À direita, o Fusca do Du Lauand. À esquerda, o do José Azevedo. Eu no meio. Fechei o olho e acelerei. Foi legal, cheguei no Lago na frente de ambos. Meu carro está legal de reta, de motor e de câmbio. Mas o chão… Se no começo saía muito de frente, agora é a traseira que está indomável. Em algumas curvas, eu simplesmente nem posso acelerar. E no Laranjinha dei uma espalhada e os Fuscas me passaram de novo.

Mesmo assim, fiz a Junção mais ou menos perto e quando comecei a subir o Café, vi que ia chegar na besourada de novo. Agora eram três. Os Speed têm o hábito de passar rente ao muro interno da reta e quando estão chegando no S do Senna atravessam a pista bruscamente para fazer a tomada. Como eu sabia disso, me enfiei por dentro quando todos foram para fora, freei o mais tarde que podia e passei os três. Acho que foi a ultrapassagem mais legal que já fiz. Não adiantou muito porque logo depois eles me passaram de novo, mas tudo bem. Fusca é bom de curva. Lada, ainda não. Paciência.

Aí tive uma briguinha bem tanquila com o Marcelo Giordano, que teve problemas elétricos na classificação e largou atrás de mim, até que ele me passou na Reta Oposta. E aí, a turminha que vira de 3 a 5 segundos mais rápido que o Meianov, com quem dá para brincar na largada e nas primeiras voltas, encontrou seu ritmo e foi abrindo. Fiz as outras dez voltas sozinho, depois de marcar a minha melhor na terceira, 2min16s606.

A partir daí, os tempos de volta foram subindo e pelo que percebi ao ver a classificação final, a corrida teve poucos pegas. O melhor deles foi entre o Luque e o Sebastião Gulla, pela vitória na geral. Andaram juntos o tempo todo. Gulla ganhou de novo, sensacional. Ganhou todas neste ano, se não me equivoco. Luque terminou em segundo. Os carros ficaram muito espalhados pela pista. Até mesmo a briga que eu imaginava entre os dois Passats da minha categoria só aconteceu na última volta, quando o Gimenez foi ficando sem álcool e na última curva, à Hamilton, o Tranjan passou e venceu. Nossa equipe, a LF, ganhou em três categorias, porque o Giordano acabou levando também na D2B.

De positivo para o Meianov, portanto, foi entrar na casa de 2min16s. Nosso projeto era chegar a 2min15s na metade do campeonato, e acho que vamos chegar. Mas não vai adiantar muito. Para andar no bolinho intermediário, é preciso buscar 2min10s. Vai ser duro. Muito duro. Agora vamos mexer nessa traseira que destraciona demais e me dá nos nervos em algumas curvas.

De ruim, a corrida aborrecida para os que andaram solitários neste sábado luminoso de outono. Depois, de tarde, com o Rali de Regularidade, a dobradinha do Eric e do Salomão e o resto, foi tudo muito bom.