Blog do Flavio Gomes
F-1

BARCELONETAS (9)

SÃO PAULO (holla, que tal?) – Esse Button é danado, diria minha avó, viva fosse e se gostasse de F-1. Danado mesmo. Um piloto que vive uma fase ímpar. Largou mal, mas foi rápido (e a equipe também) ao mudar a estratégia de esquisitas três paradas para convencionais duas. Tudo uma questão de saber fazer […]

SÃO PAULO (holla, que tal?) – Esse Button é danado, diria minha avó, viva fosse e se gostasse de F-1. Danado mesmo. Um piloto que vive uma fase ímpar. Largou mal, mas foi rápido (e a equipe também) ao mudar a estratégia de esquisitas três paradas para convencionais duas. Tudo uma questão de saber fazer bem os cálculos. Plano B, como disse o engenheiro de Barrichello ao rádio. “Hã?”, perguntou Rubens. “Bem hoje?”. Pois é. Aí o engenheiro implorava pelo rádio. “Você tem de ser rápido agora. Muito rápido. Câmbio.” E Barrichello tentava. “Rubens, é o seguinte. Já fodeu. Tem de ser mais rápido ainda.” “Hã?”.

Quem mais curtiu o chato GP da Espanha de hoje foi a Hortência.

E com quatro vitórias em cinco corridas, algo que deve ser raro (meu time de repórteres está levantando quem já fez isso) Button é o nome do ano. E a Brawn, a coisa mais bacana que já apareceu na F-1.

Quanto a Rubens “A Estrela é Minha Ninguém Tasca Eu Vi Primeiro” Barrichello, haverá, aqui mesmo, a enxurrada de sempre de críticas à equipe, que colocou mais gasolina do que deveria no seu carro ontem, e que mudou a estratégia de Jenson sem avisá-lo. Deveria? Bem, façamos um exercício de imaginação. Se Rubens resolvesse mudar a estratégia, Button deveria ser avisado? Não. A isso se chama livre arbítrio, diriam os espíritas. Cada um assume o caminho que quiser. Em corrida é assim. Schumacher já ganhou provas até com quatro paradas (em Magny-Cours, se não me engano, num exercício de sadismo). E com três, também. Mas para isso é preciso manter um ritmo que Barrichello, por alguma razão, não conseguiu manter.

O GP espanhol, como sempre, foi aborrecido. Exceto por alguns pequenos dramas como o de Massa no fim, mas sobre ele falarei mais tarde, porque estou esperando um telefonema de Barcelona para saber exatamente o que aconteceu. Hoje é capaz de demorar. Gola Profonda não dá notícias desde ontem.

Button à parte, o grande nome da corrida foi Marquinhos Webber, que levou dois na estratégia (e não creio que Vettel vá reclamar da equipe) e foi ao pódio com autoridade. Alonso fez a dele, conduzindo seu Twingo aos pontos, algo que Nelsinho, discretíssimo, nem cogitou fazer. A McLaren deu pena. O resto foi o resto. 

No fim das contas, aquilo que este visionário, eu, previa aconteceu. A relação de forças não se alterou com a abertura da temporada europeia. A McLaren andou para trás. A BMW Sauber continua uma bomba. A Renault vive de Alonso. E a Ferrari pode até ter melhorado o carro, mas lembra cada vez mais os divertidos anos de confusões a granel até a chegada de Schumacher & cia. Na frente, Brawn e Red Bull. Que fizeram bons carros. Não tem tanto segredo assim.