SÃO PAULO (céu de brigadeiro) – São muitas idas e vindas nessa briga. Já está enchendo um pouco, mas não deixa de ser divertido acompanhar a marra de Max Mosley. O fato é que todo mundo deu como favas contadas que um acordo havia sido feito sexta-feira, quando as equipes se inscreveram em bloco. Picas. Max ainda não havia se pronunciado. Fê-lo à imprensa suíça. Pelo jeito, ele não considera a exclusão do teto orçamentário e, muito menos, a assinatura de um novo Pacto da Concórdia até o dia 12 de junho — exigências da FOTA para seus associados participarem do Mundial.
Max acha que a inscrição em bloco (excluindo a Williams) foi feita para atrapalhar as novas equipes que pretendem correr. E disse que quem não estiver satisfeito, que crie seu próprio campeonato.
Assim, tudo volta ao estágio anterior à inscrição coletiva. De um lado, os times; do outro, Max. Se no dia 12 de junho não for assinado pacto algum, a FIA deve consultar os times da FOTA, os “fotidos” do Bairro Peixoto, para saber se querem continuar na brincadeira. Se não quiserem, vai sair uma “entry list” para 2010 com Williams, McLaren, Brawn, Force India (essas querem que a FOTA se “fota”, não estão nem aí para a Ferrari) e o bando de loucos das últimas semanas: March, Brabham (a marca é de um alemão que comprou a Super Aguri), Epsilon Eukadis, Lola, Campos, Superfund, Prodrive, USGPE. Só aí já são 12. Um bom grid, e ainda sobra.
Considerando tal hipótese plausível, quem é que faria falta entre os “desertores” puxados pela Ferrari? Só a própria. A Toyota nunca deixou de ser uma fabricante de Corollas de passagem pela F-1. A Renault já entrou e saiu tanto das pistas, como equipe ou fornecedora de motores, que talvez seja melhor mesmo ficar fazendo seus Twingos. A BMW Sauber é a equipe mais sem sal de todos os tempos. Red Bull e Toro Rosso são legais, mas o mundo não vai parar se carros disfarçados de latinhas de energético deixarem as pistas, tampouco a Red Bull deixará de patrocinar corridas de aviões, quedas livres de precipícios, travessias aéreas sem motor, maratonas de balonismo ou descidas de ladeira com carrinhos de rolimã, como sempre fez.
Assim, a Ferrari que coloque as barbichas de molho. Se tem uma coisa que não mudei desde o início dessa guerrinha foi a convicção de que a Ferrari precisa muito mais da F-1 do que a F-1 da Ferrari.