Blog do Flavio Gomes
F-1

BUEMBA, BUEMBA

SÃO PAULO (acabou) – Todos os indícios apontam para uma “autodelação” no caso Nelsinho-Renault-Cingapura, com gente da Renault insinuando que foi o próprio Nelsinho a dar a sugestão de uma batida proposital na corrida vencida por Fernando Alonso no ano passado. É o que veio à tona hoje em reportagem da revista inglesa “Autosport”, com […]

SÃO PAULO (acabou) – Todos os indícios apontam para uma “autodelação” no caso Nelsinho-Renault-Cingapura, com gente da Renault insinuando que foi o próprio Nelsinho a dar a sugestão de uma batida proposital na corrida vencida por Fernando Alonso no ano passado. É o que veio à tona hoje em reportagem da revista inglesa “Autosport”, com a informação extra de Victor Martins, do Grande Prêmio, de que Nelsinho teria recebido garantias da FIA de que não seria punido se entregasse tudo.

E foi Nelson Piquet, o pai, quem teria procurado a FIA para entregar tudo um dia depois do GP da Hungria, em 27 de julho, após a última corrida do filho pela Renault. Puto com Briatore, Nelsão abriu o jogo. Nelsinho teria sido chamado para confirmar a história.

É possível provar que Nelsinho bateu de propósito, ou quase isso, mesmo sem confissões obtidas no pau-de-arara, ou mesmo conversas de rádio. Se a coisa foi combinada antes, ninguém precisaria falar nada pelo rádio, que seria de uma ingenuidade fenomenal. Basta ver a telemetria. Se naquela curva Nelsinho passou 200 vezes tirando o pé e na 201ª encheu o acelerador, temos aí uma evidência.

Pat Symonds diz, na “Autosport”, que Piquet-pimpolho teria sugerido fazer aquilo, algo que não terá como provar, a não ser que carregue consigo um minigravador para registrar as reuniões pré-corrida.

Se ficar provada a armação, os Piquet poderão argumentar sempre que o piloto estava pressionado e foi obrigado a fazer aquilo, senão perderia o emprego. É desculpa frágil. Nada justifica uma atrocidade dessas. Não entendo, até agora, por que Piquet-pai se dispôs a entregar o filho, achando que alguém iria ficar com dó dele. A tal garantia de não-punição da FIA é retórica. A entidade pode até não dependurá-lo numa cruz. Mas a F-1 vai se encarregar de fazê-lo.

Ou seja: se Nelsinho se jogou no muro de propósito, mesmo, por decisão própria ou porque Briatore colocou atiradores de elite nos prédios de Cingapura para estourar seus miolos, está lascado. Só continua na categoria se seu pai comprar uma equipe, ou uma vaga. E isso é caro. Agora, mais ainda.