Blog do Flavio Gomes
F-1

MILANESAS (7)

SÃO PAULO (nó tático) – A corrida, agora. As estratégias da Brawn, de Ross Brawn, na maioria das vezes acabam enrolando a concorrência pela obviedade. Uma parada, dane-se a pole, e pronto. Dos que estavam à frente dos marca-textos no grid, o único que poderia ameaçar, pelo peso, era Raikkonen. Ele também poderia optar por […]

SÃO PAULO (nó tático) – A corrida, agora. As estratégias da Brawn, de Ross Brawn, na maioria das vezes acabam enrolando a concorrência pela obviedade. Uma parada, dane-se a pole, e pronto.

Dos que estavam à frente dos marca-textos no grid, o único que poderia ameaçar, pelo peso, era Raikkonen. Ele também poderia optar por apenas um pit stop se fizesse a classificação com um pouco mais de gasolina. Mas a Ferrari não tem sido exatamente brilhante em estratégias de corrida desde a saída do trio Brawn-Schumacher-Todt. Faz um feijão-com-arroz sem tempero, e no fim das contas a Brawn acabou tendo um carro mais rápido, mesmo.

Hamilton tentou. A pole era importante, e ele precisava contar com uma largada ruim de Button e Barrichello para abrir uma boa vantagem que lhe permitisse compensar a parada a mais. Pelo menos era uma tentativa, mas deu errado porque os BBB largaram bem e com coragem.

Antes da única visita aos boxes de Button e Barrichello já estava claro que o brasileiro venceria a corrida. Hamilton estava mais de 12s atrás da dupla, e todos teriam de fazer mais um pit stop. Embora mais leve, o ritmo do inglês prateado não era suficiente para descontar a diferença.

A corrida, pois, se decidiu na volta 29, quando Rubens saiu dos boxes. À frente dele, três carros que teriam de parar de novo: Hamilton, Raikkonen e Sutil. E todos não muito distantes. Babau.

No fim das contas, foi uma prova divertida, com alguns bons momentos. De um lado, Barrichello e Button correndo contra o relógio e, no apagar das luzes, um esboço de pressão de Hamilton sobre Jenson. De outro, Raikkonen sendo assediado por trás (ui) por Sutil, piloto que vem demonstrando grandes qualidades. Mais atrás, bem mais atrás, a dupla da Toyota brincando de fazer merda, Trulli principalmente. Fisichella, ninguém sabe, ninguém viu. Melhor que Badoer (não é difícil), mas absolutamente apagado.

A Red Bull despencou vertiginosamente. É a equipe que veio do frio, porque teve seus melhores momentos no ano quando as temperaturas foram baixas, ali em Nürburgring e Silverstone, especialmente. Sofre com os fracos e pouco confiáveis motores Renault, com a ansiedade de Vettel, que anda mais do que o carro, com o pouco brilho de Webber — regular e constante na maior parte da temporada, mas incapaz de ir além disso.

Kovalainen foi o de sempre, lento e previsível. Alonso, idem (o de sempre, não como Kovalainen, bem-entendido): combativo, mas não é santo milagreiro. Grosjean, quase um novo Nelsinho, apagado e pouco performático até agora. Liuzzi vinha bem. Esse foi outra grande surpresa do fim de semana, e faria pontos se o carro não quebrasse.

O teórico barbeiro do dia acabou sendo Hamilton, embora eu ainda não tenha lido suas explicações para a batida na última volta. Me pareceu barbeiragem, mesmo. Jogou um pódio certo no lixo.

(Atualizando, ele reconheceu o erro. Então, de barbeiro teórico passou a barbeiro prático.)

E o resto, não sobrou muito, foi o resto: Williams, Toro Rosso e BMW Sauber fizeram número e encheram o grid.

Daqui a pouco voltamos.