Digamos apenas o seguinte: se é para ser, que seja. O Brasil entrou no mapa, é uma verdade que o presidente Lula disse hoje na Dinamarca. E os méritos são todos dele, um líder respeitado no mundo todo. Não tenho dúvida de que foi ele quem ganhou a eleição. E bateu gente forte. O carao é o fodão do Bairro Peixoto, gostem ou não seus críticos.
Mas o Pan foi uma esbórnia, e espero que a Olimpíada não seja. Não confio nesses caras do COI e na turma do Ministério do Esporte. Acho que são todos picaretas.
Se, no entanto, os Jogos servirem para zerar o Rio, como aconteceu com Barcelona, ficarei muito feliz. A capital catalã era um lixo antes de 1992. Hoje é um brinco. Souberam fazer as coisas com inteligência, lisura e visão de futuro.
De qualquer forma, vi as fotos do Rio feliz na internet, e o Rio feliz é ainda mais lindo. Sem favelas, com a baía de Guanabara limpa, a Lagoa idem, a violência controlada, é uma cidade imbatível. Que o Rio aproveite a chance única que terá em sua história de se salvar.
Com a confirmação, o autódromo de Jacarepaguá vai para o vinagre, porque vão construir um centro olímpico no local. Não devemos lamentar nada. A pista já foi para o vinagre com o Pan. O que existe lá são ruínas. O Rio nunca mais terá um autódromo. E nem faz sentido o Estado construir um. O automobilismo no Brasil é uma instituição falida, não tem nada que preste. Gastar dinheiro com autódromo para quê?
É preciso reconhecer que Interlagos só existe porque tem a F-1, e o resto não vale muito a pena mencionar. O automobilismo brasileiro não soube aproveitar seus melhores anos para crescer. Agora, que morra. Ou que alguém se mexa para fazer com que renasça. Para isso é preciso dar duro, falar com montadoras, criar categorias, fazer parcerias com universidades. Dá trabalho. E trabalho dá coceira em quem está à frente das corridas no Brasil.