Blog do Flavio Gomes
F-1

SUSHI (2)

DRESDEN (e vai parar por aqui) – O GP do Japão deste ano vai ser lembrado mais pela confusão na montagem do grid do que pela corrida em si. O festival de punições de ontem deixou os comissários doidos e até agora ninguém entendeu direito os critérios usados para jogar alguns mais para trás do […]

DRESDEN (e vai parar por aqui) – O GP do Japão deste ano vai ser lembrado mais pela confusão na montagem do grid do que pela corrida em si. O festival de punições de ontem deixou os comissários doidos e até agora ninguém entendeu direito os critérios usados para jogar alguns mais para trás do que os outros.

O maior prejudicado acabou sendo Button. Originalmente, a dupla marca-texto largaria em quinto e sétimo. Com a confusão, Rubens perdeu apenas uma posição e Jêissãn caiu para décimo, perdendo três.

O grid só foi oficializado uma hora antes da largada. Ninguém reclamou de mais nada e a prova, com tempo bom, sol e calor, foi um porre.

Vettel, na pole, largou bem e dominou o GP japa de cabo a rabo. Mesmo com o safety-car no fim, depois da panca de Alguersuari, ninguém ameaçou o alemãozinho, que venceu pela terceira vez no ano. É o segundo com mais vitórias na temporada, perdendo para as seis de Button e superando as duas de Barrichello. Aliás, hoje está mais para Tião Alemão ser vice do que para Rubens ser campeão. A diferença entre os dois caiu para dois pontos. Vettel poderia lutar seriamente pelo título, se não fossem alguns erros bestas ao longo do campeonato. Mas é novo, sua hora acaba chegando.

A disputa entre a dupla da Brawn, no fim das contas, era o que mais importava em Suzuka. Barrichello ficou onde estava nas primeiras voltas e Button teve um pouco mais de trabalho. Precisou passar Kubica (rara ultrapassagem na pista) e ganhou duas posições com um toque entre Sutil e Kovalainen, o que acabou sendo o momento-chave para ele — aproximou-se de Rubens e pôde controlá-lo a uma distância não muito grande, já que eles tinham estratégias parecidas e iriam aos boxes com diferença pequena de voltas.

Barrichello ainda perderia uma posição nos pit stops, para Rosberguinho, um bom nome da prova. Acabou em sétimo, com Button em oitavo. A diferença que era de 15 pontos caiu para 14. E, agora, faltam só duas etapas para o fim. Jenson é o virtual campeão. Em Interlagos, pode perder até quatro pontos para o companheiro que leva a taça. São várias as combinações possíveis. Se Barrichello vencer, por exemplo, Button leva o título com um terceiro lugar. Se Rubens for segundo, o inglês pode terminar em quinto. E por aí vai. Ficou fácil, porque ele não é bobo e vai correr para pontuar, sempre marcando o brasileiro de perto. E, nesta temporada, só deixou de marcar pontos em um GP, na Bélgica. Em resumo, é bem provável que o GP do Brasil proclame um campeão mais uma vez.

O tédio da prova japonesa só não foi total porque teve uma troca de posições na frente entre Hamilton e Trulli, com o italiano saindo dos boxes à frente do campeão mundial depois da segunda parada, levando a Toyota ao segundo lugar pela segunda vez seguida. Glock, que fizera o mesmo em Cingapura, nem correu. Machucou a perna na batida de ontem. Hamilton, em quem se poderia apostar algo por largar na segunda fila, teve problemas com o KERS e fez uma prova discreta. Raikkonen, em seu primeiro GP pós-demissão da Ferrari, correu com dignidade e ficou em quarto.

E foi isso. O treino do sábado, com um festival de porradas, foi bem melhor que a corrida.