Blog do Flavio Gomes
F-1

OS PONTOS

SÃO PAULO (voltei) – A FIA decide amanhã se muda de novo o sistema de pontuação da F-1. Hoje chegou-se a um acordo, e a coisa deve passar. Em vez de oito, dez na zona de pontos. Justificativa: mais carros no grid, de 20 para 26. A proposta, pela ordem: 25-20-15-10-8-6-5-3-2-1. Em tempos de 26 […]

SÃO PAULO (voltei) – A FIA decide amanhã se muda de novo o sistema de pontuação da F-1. Hoje chegou-se a um acordo, e a coisa deve passar. Em vez de oito, dez na zona de pontos. Justificativa: mais carros no grid, de 20 para 26. A proposta, pela ordem: 25-20-15-10-8-6-5-3-2-1.

Em tempos de 26 ou mais carros no grid, só os seis primeiros pontuavam. Portanto, usar apenas o aumento do número de participantes como justificativa para que a F-1 passe a distribuir pontos com enorme generosidade não cola. Mas, pensando bem, considerando o que se tem hoje, passar de oito para dez os pontuadores não chega a ser nenhum absurdo.

Com o sistema atual, 40% dos que largam pontuam — são oito em 20. Pela proposta da Comissão de F-1, serão 10 em 26, o que dá 38,5% do grid. É uma proporção aceitável. O mais importante, no etanto, é premiar o vencedor com uma diferença maior para o segundo colocado do que a que existe atualmente. Não apenas nominal, mas proporcional. Assim, a ideia de 25 para o vencedor e 20 para o segundo colocado não me parece muito interessante.

Vamos fazer uma conta rápida e hipotética. Hoje, se um piloto vence as quatro primeiras provas do ano e abandona a quinta, terá 40 pontos. Se seu rival chega em segundo nas mesmas quatro e vence a quinta, vai a 42. Ao final de cinco provas, teremos um piloto com uma única vitória à frente de outro que tem quatro. Com o novo sistema, e os mesmos resultados, a vantagem permaneceria com aquele que venceu menos, 105 x 100. Uma diferença maior, para estimular a fome pela vitória, seria melhor.

No mais, com a zona de pontos ampliada para dez pilotos, claro que os novatos terão mais chances de, pelo menos, não passar o ano em branco. É uma mudança quase estética, que vai dar a impressão que mais gente está fazendo alguma coisa de útil nas corridas. Afinal, sair zerado é triste. Mas o resultado final do Mundial não vai mudar muita coisa.