Blog do Flavio Gomes
F-1

C29

ONDE TAMBÉM É DOMINGO (e o tempo passa lentamente) – A BMW Sauber fez a apresentação mais espartana da história da F-1 agora há pouco em Valência. Este aí, em foto de Marcelo Ferronato, nosso “caipira voador” que não para um segundo de enviar informações, é o C29. Todo branco, apenas com um patrocínio no […]

ONDE TAMBÉM É DOMINGO (e o tempo passa lentamente) – A BMW Sauber fez a apresentação mais espartana da história da F-1 agora há pouco em Valência. Este aí, em foto de Marcelo Ferronato, nosso “caipira voador” que não para um segundo de enviar informações, é o C29. Todo branco, apenas com um patrocínio no espelho retrovisor. Os pilotos, Kobayashi e De la Rosa, parecem enfermeiros.

Incrível… Anos atrás, em tempos de vacas gordas, estive em apresentações da Sauber na Suíça que mais pareciam espetáculos de cabaré hi-tech, com milhares de pessoas acompanhando e muitos mais milhares de francos suíços gastos.

A questão do motor. Todos sabiam que seria Ferrari desde o ano passado, mas o grande mistério era: com qual nome que vai? E como é que uma equipe pode ter BMW no título e usar motor Ferrari? Era o “último segredo de Fátima”, do qual falei brincando na minha última coluna, e que foi desvendado. Pode, assim: mantém-se BMW no nome, coloca-se motor Ferrari e que se dane o mundo. Hoje, pela primeira vez desde que reassumiu a equipe, Peter Sauber permitiu o uso da palavra “Ferrari” num texto oficial do time de Hinwil.

Today, Sunday, on the eve of the start of the official Formula One test drives, the BMW Sauber F1 Team rolls out its Ferrari-engined C29 at the Ricardo Tormo race track in Cheste near Valencia, Spain.

É esquisito, não? BMW Sauber Ferrari-engined. Há algum motivo para a manutenção das três letrinhas bávaras no nome? Foi assim que a equipe foi inscrita? Garantir os números, direitos de arena? Questões legais? Tudo isso. E não pode mudar? Pode, claro. A Honda virou Brawn em cima da hora no ano passado, para ficar num exemplo recente. E a Brawn virou Mercedes, mais recente ainda. As coisas são rigorosas na F-1, mas nem tanto. Vamos ver, quem sabe até a abertura do Mundial arranquem a BMW da Sauber. Mas acho que não vai rolar. Gostaria de saber é o que a turma da BMW está achando disso, o uso de seu santo nome em vão. De BMW, na equipe, não tem mais nem o repolho do chucrute servido no almoço.

Quanto ao carro, há pouco a dizer. A ausência de cores e pompa, às vezes, pode turvar uma avaliação. Na verdade, pouco há a dizer de todos os carros novos, enquanto não andarem. No máximo, se são bonitos ou feios, e qual a tendência aerodinâmica que se percebe. No caso do C29 (“C” é de Christine, mulher de Peter Sauber), o bico alto e chato que todas mostraram até agora. Mais comprido, por causa do tanque maior. Bigorna atrás da tomada de ar. Tudo bastante convencional. Não vai emocionar ninguém, como, aliás, tem sido a marca da Sauber e, de certa forma, foi a da BMW em sua passagem pela categoria, exceção feita a um ou outro show de Kubica, especialmente em 2008.