Claro que não é simples assim. As fábricas saíram porque quiseram, como já haviam ido embora a Honda e, antes, a Ford/Jaguar. Pode-se incluir a Renault nesse pacote. Nisso, Mosley tinha razão. O compromisso das fábricas de carros com o esporte, hoje, inexiste. Por outro lado, na contramão da tal guerra, a Mercedes ampliou seus domínios, comprando uma equipe. Ou seja: há uma tendência de afastamento das montadoras das pistas, não só da F-1, mas ela não é um padrão absoluto e independe dos ataques desferidos por Mosley. É ditada por balancetes financeiros.
Mas a Ferrari tem razão quando lasca a lenha nos critérios obscuros que chegaram ao quarteto Campos-USF1-Lotus-Virgin para inflar o grid desta temporada. Não cita, mas poderia, as dúvidas sobre o fato de candidatos mais bem estruturados para montar uma equipe, como a Prodrive e a Epsilon Euskadi, não terem sido selecionados.
O cacete coletivo de Maranello chegou até à Stefan GP, que os ferraristas chamaram de “abutres sérvios”. A gente, no Grande Prêmio, usa “piratas”. É mais simpático.
O fato é que o chilique da Ferrari mostrou que as crises frequentes do ano passado ainda não terminaram. No mínimo, ficou um ressentimento no ar. E um ataque dessa magnitude deve ter algum objetivo que ainda não captei. Nem eu, nem Rolando Lero.