Blog do Flavio Gomes
F-1

PAU NO MAX

SÃO PAULO (na boca do estômago) – A Ferrari decidiu escancarar sua ira por escrito diante do que está acontecendo com a F-1 em 2010. O processo seletivo da FIA para escolher as novas equipes foi alvo de um raivoso editorial publicado hoje no site da equipe. Cheio de metáforas nada sutis, Maranello atribui a […]

coiceSÃO PAULO (na boca do estômago) – A Ferrari decidiu escancarar sua ira por escrito diante do que está acontecendo com a F-1 em 2010. O processo seletivo da FIA para escolher as novas equipes foi alvo de um raivoso editorial publicado hoje no site da equipe. Cheio de metáforas nada sutis, Maranello atribui a Max Mosley o fiasco que se apresenta, com duas das quatro novatas quebradas antes mesmo de começar o Mundial, e culpando o ex-presidente da entidade pelas saídas de BMW e Toyota — vítimas daquilo que a Ferrari chamou de “guerra santa” contra as montadoras.

Claro que não é simples assim. As fábricas saíram porque quiseram, como já haviam ido embora a Honda e, antes, a Ford/Jaguar. Pode-se incluir a Renault nesse pacote. Nisso, Mosley tinha razão. O compromisso das fábricas de carros com o esporte, hoje, inexiste. Por outro lado, na contramão da tal guerra, a Mercedes ampliou seus domínios, comprando uma equipe. Ou seja: há uma tendência de afastamento das montadoras das pistas, não só da F-1, mas ela não é um padrão absoluto e independe dos ataques desferidos por Mosley. É ditada por balancetes financeiros.

Mas a Ferrari tem razão quando lasca a lenha nos critérios obscuros que chegaram ao quarteto Campos-USF1-Lotus-Virgin para inflar o grid desta temporada. Não cita, mas poderia, as dúvidas sobre o fato de candidatos mais bem estruturados para montar uma equipe, como a Prodrive e a Epsilon Euskadi, não terem sido selecionados.

O cacete coletivo de Maranello chegou até à Stefan GP, que os ferraristas chamaram de “abutres sérvios”. A gente, no Grande Prêmio, usa “piratas”. É mais simpático.

O fato é que o chilique da Ferrari mostrou que as crises frequentes do ano passado ainda não terminaram. No mínimo, ficou um ressentimento no ar. E um ataque dessa magnitude deve ter algum objetivo que ainda não captei. Nem eu, nem Rolando Lero.