Parece que mudaram de ideia, porque a Lotus é uma independente. Mas a F-1 também mudou, e hoje praticamente não há times de fábrica.
Muita gente vai falar besteira aqui. Vai malhar o governo e a empresa. Não tenho procuração para defender ninguém, mas digo o que acho.
A Petrobras é uma das maiores empresas do mundo e concorre, no mercado sul-americano, com outras gigantes que estão na F-1, como a Total/Elf e a Shell. Portanto, é um patrocínio como qualquer outro, e associar seu nome à F-1 é algo positivo quando se trata de uma companhia que atua num ramo em que tecnologia é importante. A Petrobras, embora estatal, está na briga pelos mesmos consumidores que as suas concorrentes privadas.
Outro aspecto importante, que normalmente não é percebido. A presença no automobilismo de ponta exige produtos de ponta, e nos anos de F-1 a Petrobras ganhou uma reputação muito boa no meio. É algo que ajuda também internamente, com o aperfeiçoamento de técnicos e engenheiros que trabalham aqui.
A Petrobras tem atuação no automobilismo interno mais modesta, em termos financeiros. É fácil explicar. O automobilismo interno é uma bomba e não desenvolve nada. Talvez a Lotus não seja a melhor porta para voltar à F-1, mas com certeza há algumas vantagens nesse relacionamento. “Ah, e por que não patrocinam o Bruno Senna?”, perguntarão os mais histéricos. Porque o que determina onde a Petrobras vai colocar dinheiro não é apoio pessoal a ninguém, só por ser brasileiro. Há critérios técnicos, e eles são sérios. Tanto que, na Williams, não havia brasileiros titulares na época da parceria.
Portanto, nada a reparar.