Blog do Flavio Gomes
Rali

ESTRESSE NO RALI

SÃO PAULO (mínima de 16) – Está rolando um stress (ou “estresse”, já que aportuguesaram essa palavra e ficou horrível, que nem “estafe”) no rali brasileiro. A nova administração da CBA, há alguns dias, comunicou aos pilotos que todos deverão usar pneus Pirelli (mesma marca usada no Mundial, diga-se). Mas alguns pilotos contestam a escolha. […]

SÃO PAULO (mínima de 16) – Está rolando um stress (ou “estresse”, já que aportuguesaram essa palavra e ficou horrível, que nem “estafe”) no rali brasileiro. A nova administração da CBA, há alguns dias, comunicou aos pilotos que todos deverão usar pneus Pirelli (mesma marca usada no Mundial, diga-se). Mas alguns pilotos contestam a escolha. Dizem que a adoção de uma única marca foi, sim, algo cogitado em reuniões com os dirigentes, mas que deveria haver uma contrapartida — benefícios como preços mais camaradas, talvez, verba de patrocínio, algum tipo de vantagem para os competidores, o que é normal nessas negociações que levam a fornecedores exclusivos.

Ocorre que, pelo jeito, a nova CBA simplesmente baixou o decreto e não ofereceu nada às equipes, nem mesmo pareceres técnicos. Estão quebrando o pau.

Pneus à parte, essa nova CBA não me parece muito diferente da antiga. Como sempre aconteceu, decisões são tomadas sem a participação de pilotos (e, no caso do rali, navegadores), de forma pouco transparente, sem embasamento técnico, sem nada. É evidente que a Pirelli tem todas as condições de fornecer bons pneus a quem corre de rali. Não é essa a questão. A questão é a maneira como os dirigentes fazem as coisas por aqui. Tudo na base da canetada, de cima para baixo. Por isso que o automobilismo brasileiro não anda.