Blog do Flavio Gomes
DKW & cia.

FUMACINHA EM ITU

SÃO PAULO (pingando) – Itu, ontem. A foto é do blogueiro Luís Otávio Machado, que foi ver de perto a caravana da fumacinha no Blauer Rauch. Fui com esse aí. Carro que tem história curiosa. Foi-me oferecido uns quatro anos atrás, mais ou menos. Estava em Bento Gonçalves, no Rio Grande. O cara queria X. […]

SÃO PAULO (pingando) – Itu, ontem. A foto é do blogueiro Luís Otávio Machado, que foi ver de perto a caravana da fumacinha no Blauer Rauch. Fui com esse aí. Carro que tem história curiosa. Foi-me oferecido uns quatro anos atrás, mais ou menos. Estava em Bento Gonçalves, no Rio Grande. O cara queria X. Quando soube quem eu era, deu desconto!

O modelo 58 é meio fetiche para vemagueiros por várias razões. É o primeiro ano do sedã. Não se chamava Belcar, era o “Grande DKW-Vemag”. O motor tinha 900 cc de cilindrada. A primeira marcha não era sincronizada. Boa parte das peças vinha da Alemanha, ainda. O painel tinha saídas de ar para o sistema de aquecimento interno, eliminadas quando essa peça passou a ser estampada na fábrica do Ipiranga/Vila Carioca . Os instrumentos ainda tinham inscrições em alemão. A luz de placa era uma lanterninha vermelha feita pela Lucas, um charme danado. E, na tampa do porta-malas, os quatro frisos verticais que foram usados no sedã até 1960 e na peruinha, até 1961.

Segundo o histórico a que tive acesso, esse aí foi o primeiro veículo vendido pela recém-aberta concessionária Vemag na cidade de Caxias do Sul. Quando vi as primeiras fotos, ele estava pintado de azul e sem a grade original. Mas estava alinhadinho, com todos os detalhes essenciais. Faltava uma coisa ou outra que arrumei com o tempo — como rádio, acendedor, grade nova que comprei na Alemanha, emblema 3=6 do porta-malas, tampa do tanque de gasolina alemã… O volante foi restaurado e a cor original, descoberta debaixo do painel. É o Verde Caruá, mesmo tom utilizado pela Mercedes nos caminhões “cara-chata” dos anos 50.

Apelidado de “Azeitona Encantada” pelos amigos dos dois tempos, ele passou ontem pela vistoria da placa preta feita pelo Três Cilindros Clube de SP. Tomara que seja aprovado… Acho que será, está muito original. Até essas calotas dificílimas eu consegui arrumar. E sabe onde? Com um cara nos Estados Unidos, por incrível que pareça. Elas são raras porque as rodas são alemãs, e as calotas fabricadas no Brasil nunca tiveram o mesmo encaixe.

Enfim, um carrinho especial.