Blog do Flavio Gomes
F-1

N’ALEMANHA (3)

GUARUJÁ (não é mole, não) – Uma das explicações de Schumacher para seu mau desempenho no ano da volta é a proibição dos testes na F-1. Ou dos treinos, como ele diz. “É ridículo”, falou agora há pouco em Hockenheim, segundo o relato de nosso caipira voador Marcelo Ferronato. E tem razão. Qualquer esporte que […]

GUARUJÁ (não é mole, não) – Uma das explicações de Schumacher para seu mau desempenho no ano da volta é a proibição dos testes na F-1. Ou dos treinos, como ele diz. “É ridículo”, falou agora há pouco em Hockenheim, segundo o relato de nosso caipira voador Marcelo Ferronato. E tem razão. Qualquer esporte que proíbe seus atletas de treinarem tem alguma coisa de errada. É claro que aquele abuso do passado, especialmente da Ferrari, também não fazia sentido. Os caras testavam quase 24 horas por dia, com uso ilimitado de equipamento e numa pista no quintal de casa.

É preciso equilíbrio. Umas três sessões coletivas durante a temporada, para que os times possam experimentar suas novidades e para que os pilotos pratiquem seu ofício. Façam uma conta comigo. Num fim de semana de corrida, o piloto que ficar o tempo todo andando nos três treinos livres e na corrida vai dirigir por, no máximo, 6 horas. Exagerando. Em 19 etapas, são 114 horas de trabalho por ano. Eu trabalho isso em duas semanas. E é claro que piloto algum participa de todos os treinos livres de cabo a rabo, e nenhum GP tem duas horas de duração. Calculo que cada piloto hoje guie no máximo quatro horas por fim de semana de GP. Dá algo em torno de 76 horas por ano, apenas.

E o que se gasta fazendo experiências em simuladores e túneis de vento talvez seja mais ou menos o que se gastaria deslocando um time de testes com um carro para alguma pista europeia por três dias, umas três vezes por ano.

A FIA precisa rever esse negócio.