SÃO PAULO (questão de tempo) – Em entrevista ao Livio Oricchio, de “O Estado de S.Paulo”, Massa disse que em poucos anos o Brasil não terá mais pilotos na F-1. Está constatando o óbvio, ainda mais agora que promove uma categoria de monopostos, a F-Future, que foi um retumbante fracasso em seu ano de estreia, com grid de oito carros.
Felipe percebeu que a molecada derivou de vez para os carros de Turismo, porque é onde pinga alguma graninha, é onde tem TV (mesmo não tendo audiência, mas isso os marqueteiros da Vila Olímpia não contam aos incautos patrocinadores), onde tem mecenato suspeito, piloto milionário que gosta de carrão, filhinho de papai que aparece em “Caras”, algumas novas categorias “premium” (Mini, Audi, Mercedes) para arrancar dinheiro de quem quer pagar por um hobby caríssimo, correr de carros, enfim, está criado um pequeno universo frágil e cintilante que tem de tudo, menos gente preocupada e apaixonada pelo esporte — tem, sim, um festival de gente falando em “evento corporativo”, “oportunidade de negócios”, “valor agregado”, essas coisas.
Massa é filhote da F-Chevrolet, assim como Barrichello é da F-Ford, e ambos vieram de um kart que já foi forte no país, mas não é mais.
Hoje, nas pistas brasileiras, só tem filhote de lojas da Avenida Europa.