Blog do Flavio Gomes
DKW & cia.

MAIS DOIS

SÃO PAULO (mó orgulho!) – E mais dois brasileirinhos estão a caminho do museu da Audi em Ingolstadt. É uma negociação que eu e mais pouquíssimos vemagueiros, como o Doktor Hélio Marques, vimos mantendo na mais absoluta discrição nos últimos quatro anos, porque olhos crescem nessas horas. Em novembro de 2009, desembarcou na Alemanha o […]

SÃO PAULO (mó orgulho!) – E mais dois brasileirinhos estão a caminho do museu da Audi em Ingolstadt. É uma negociação que eu e mais pouquíssimos vemagueiros, como o Doktor Hélio Marques, vimos mantendo na mais absoluta discrição nos últimos quatro anos, porque olhos crescem nessas horas. Em novembro de 2009, desembarcou na Alemanha o Malzoni para o acervo da Audi Tradition. A história toda, para quem não se lembra, está aqui. Na época de nossos primeiros contatos, eles definiram que levariam também um Belcar 1967 (o único do mundo com quatro faróis, portanto interessantíssimo para a coleção) e um Fissore (que só foi fabricado no Brasil). Quiseram comprar os meus. Como tenho um apego meio irracional pelos meus carrinhos, não quis vender.

Mas Doktor tem uma coleção bem maior, e uma noção histórica bem mais apurada que eu. Topou se desfazer de dois de seus carros e os alemães e seus canhões, como a gente costuma brincar, finalmente vieram buscá-los.

Antes, fizeram, com o profissionalismo de sempre, uma sessão de fotos pelo Rio com os dois carros. Esse material será distribuído às principais revistas de clássicos do mundo. A política da Audi Tradition é essa. Não basta comprar os carros e enfiar num galpão. Antes, faz-se um vasto trabalho de pesquisa, uma produção caprichada, um contato com a imprensa especializada explicando as razões de suas aquisições. E, depois, esses carros passam a participar de dezenas de eventos por ano na Europa.

O Jason Vôngoli, hoje, conta n'”O Globo” a história desse tour pelo Rio, que aconteceu algumas semanas atrás. As fotos de Stefan Warter são absolutamente maravilhosas.

E nossos dois meninos de lata estão de malas prontas para uma existência gloriosa em Ingolstadt. Será um grande, enorme orgulho vê-los lá. Ainda mais sabendo que tudo começou com um e-mail que mandei ao Peter Kober oferecendo o #96 para o museu. Ainda vou conseguir convencê-lo a levar meu carro de corrida para lá… Nem que eu pague o frete!

E não acabou por aqui. O interesse da Audi alemã pela história da Vemag, graças a esse contato despretensioso de quatro anos atrás, só aumentou desde então. E falta coisa representativa para mandar para lá. Um Candango, por que não? Uma Caiçara, ou uma Pracinha. Ou, até, um exemplar da primeira de todas, a Universal 1956. Além de salvar pelo menos um pedaço da fábrica no Ipiranga.

Tudo em seu tempo.