Blog do Flavio Gomes
Indy, IRL, ChampCar...

500, 100

SÃO PAULO (parece mentira) – Tem coisas que só em corridas com as 500 Milhas, mesmo. O final da prova de hoje foi histórico, inesquecível, inacreditável. Os carros da Ganassi dominaram a prova toda, favoritos que eram, mas no fim, com menos bandeiras amarelas do que o habitual, Franchitti teve de tirar o pé para […]

SÃO PAULO (parece mentira) – Tem coisas que só em corridas com as 500 Milhas, mesmo. O final da prova de hoje foi histórico, inesquecível, inacreditável.

Os carros da Ganassi dominaram a prova toda, favoritos que eram, mas no fim, com menos bandeiras amarelas do que o habitual, Franchitti teve de tirar o pé para não ficar a pé, sem álcool, quero dizer, e apareceram duas zebras do tamanho de Indiana: o belga Baguette e o americano Hildebrand, este by National Guard.

Baguette parou a quatro voltas do final para colocar combustível. Eu arriscaria até na banguela, Baguette! Mas é claro que a equipe controla essas coisas direito. Não dá para confiar no ponteiro na reserva.

Então, o litro de leite caiu no colo de Hildebrand, que assina JR e não é Júnior. Quatro voltas, quatro voltinhas, 10 milhas para quem já tinha acelerado 490, e olha lá o estreante vencendo, curva 1, curva 2, curva 3, curva 4, não perde mais, bum.

Bum no muro.

Ô, Hildebrando. A poucas centenas de metros da quadriculada, e o carro veio lambendo o muro, todo esbagaçado, bobeasse ganhava daquele jeito mesmo, o cara com a bandeira na mão, a faixa de brickyard chegando, mas tinha alguém vindo com quatro rodas e motor funcionando, Dan Wheldon, de uma equipe que só corre em Indy, o cara que perdeu a vaga na equipe do Hildebrando para o Hildebrando.

E ganhou o british guy Dan, por vezes “Dom”, que já tinha vencido uma vez, em 2005, e batido na trave nas últimas duas edições, terminando em segundo.

Foi o maior drama que vi em toda minha vida numa corrida de automóveis. Pela dimensão das 500 na prova do centenário, pelo absurdo da batida sozinho, pelo que significa aquele círculo da vitória e ter o rosto estampado em alto relevo no Borg-Warner.

Hildebrando, meu menino, o que houve na curva 4?