A Ferrari é daquelas equipes que adoram uma crise. Normalmente duradouras. Basta lembrar o período de 1979 a 2000 sem títulos. Que só se converteu na fase mais exuberante de uma equipe na história na F-1 graças ao quarteto Schumacher-Brawn-Todt-Byrne. Juntar tanta gente boa leva tempo. Era um grupo perfeito de piloto, estrategista, gestor e projetista. Hoje o time só tem piloto. Falta todo o resto.
Eu, se fosse Luca di Montezemolo, iria atrás de David Richards para ser o novo Ross Brawn. Com Alonso, não me preocuparia tanto com piloto. Buscaria uma forma de arrancar Adrian Newey da Red Bull, mesmo sabendo que é bem difícil. Se não desse, iria atrás de Rory Byrne de novo. E tentaria encontrar alguém jovem e menos devoto às coisas do Cavalinho Rampante (como Domenicali) para fazer o papel de Christian Horner — um gestor moderno, de outra geração. Gil de Ferran, talvez?
Enfim, a única coisa capaz de recolocar a Ferrari numa trilha vencedora, hoje, é uma revolução. A equipe tem muito a cara da Itália atual, “berlusconizada”, antiquada, careta, rançosa. O problema é que Luca é tudo isso. Passou do ponto, também.