Blog do Flavio Gomes
F-1

TRÊS-GRIA

SÃO PAULO (cabeça é tudo) – Pô, não vou ficar descrevendo a corrida inteira aqui. Aconteceu muita coisa na Hungria e minhas anotações estão meio bagunçadas. Em linhas gerais, ganhou o piloto mais inteligente. Bonitton tem vencido corridas assim. A primeira, em 2006, foi desse jeito. Lá mesmo na Hungria, de Honda. E teve vitória […]

SÃO PAULO (cabeça é tudo) – Pô, não vou ficar descrevendo a corrida inteira aqui. Aconteceu muita coisa na Hungria e minhas anotações estão meio bagunçadas.

Em linhas gerais, ganhou o piloto mais inteligente. Bonitton tem vencido corridas assim. A primeira, em 2006, foi desse jeito. Lá mesmo na Hungria, de Honda. E teve vitória parecida, em outras temporadas, na Austrália, China… Jenson chegou a 11 vitórias na carreira e foi a segunda na temporada. No Canadá, também venceu em condições adversas, aquelas que exigem neurônios funcionais. Nem todos têm.

Button deu o pulo do gato ao colocar pneus macios na sua terceira parada, para um long stint de fim de prova. Resistiu à tentação de colocar intermediários quando a chuva voltou no final, como fizeram Webber, Hamilton e Rosberg. Deram uma volta e retornaram aos boxes porque a chuva era fraca, como a carne naquelas plagas.

Hamilton tinha carro para vencer. Mas com seis paradas, uma delas para pagar pênalti, ficou meio complicado. Chegou em quarto. Briga não faltou nessa prova. Inclusive entre Lewis e seu parceiro, ali pela volta 50. Briga limpa, bonita, gente de classe.

As primeiras voltas foram divertidas, com o piso úmido e escorregadio. Foi a segunda vez na história que um GP em Mogyoród aconteceu com pista molhada. O outro foi aquele de 2006 que Button ganhou.

Vettel não aproveitou a pole e não sumiu na frente. Seu carro não estava grande coisa no molhado. Hamilton apertou, apertou, até passar. A largada foi boa para quem estava no lado ímpar do grid. Os outros sifu. Foi lá pela décima volta que perceberam, todos, que o asfalto estava secando e começaram os pit stops para pneus slicks. Nessas, até Schumacher chegou a liderar a corrida. Na segunda bateria de paradas, quase que Vettel bate no carro que guinchava a Renault de Heidfeld para o pit lane. A equipe quer se livrar do alemão e tacou fogo no carro. Nick, que não é besta, caiu fora e deixou o carro se incendiando na saída dos boxes.

Alonso antecipou a terceira parada e passou os dois carros da Red Bull. Mas teria de fazer mais um pit stop e Vettel recuperou a posição. Chegaria atrás de Webber, também, se o canguru desolado não se precipitasse para colocar intermediários ali pela volta 52. Bem, não importa. Importa é que mesmo fazendo uma corrida apenas discreta, sem se meter em confusão, Sebastião terminou em segundo e ampliou sua liderança no campeonato. Os arautos de sua decadência não devem estar entendendo nada. Ele não venceu nas últimas três provas, mas a diferença de pontos para o vice-líder só aumenta. Era de 77, foi para 85 pontos. Faltam oito corridas. Webber precisa descontar mais de 10 pontos por prova para ser campeão.

Oh, como está difícil a conquista do bi. Vettel não é tonto. Não vai se esgoelar para vencer mais nenhuma. Se der, deu.

Hamilton, com tudo que aconteceu, chegou em quarto. Webber foi o quinto, Massa terminou em sexto e a zona dos pontos foi fechada por Di Resta, Buemi, Rosberguinho e Alguersuari.

Massa foi bem? Não. Largou na frente de Alonso e chegou um minuto atrás. Bem, mesmo, foi Buemi. Penúltimo no grid, oitavo na classificação final.

Button completou 200 GPs na F-1. Bom jeito de comemorar, ganhando. Não vai ser campeão, mas faz umas corridaças dignas de aplauso. Ele segue sendo o piloto mais suave na nave.