Blog do Flavio Gomes
F-1

CORNETAS

SÃO PAULO (e perigosa) – Todo mundo sabe que a imprensa italiana é das mais corneteiras do mundo. E quando se trata da Ferrari, os caras pegam pesado mesmo. Quem está no paredão, agora que a temporada acabou, é Felipe Massa. Leiam este artigo do veterano Alberto Sabbatini, da “Autosprint”, que me foi enviado pelo […]

SÃO PAULO (e perigosa) – Todo mundo sabe que a imprensa italiana é das mais corneteiras do mundo. E quando se trata da Ferrari, os caras pegam pesado mesmo. Quem está no paredão, agora que a temporada acabou, é Felipe Massa. Leiam este artigo do veterano Alberto Sabbatini, da “Autosprint”, que me foi enviado pelo Antonio Chambel. Ele bate sem dó no brasileiro. Para quem tem preguiça de ler italiano, o texto começa dizendo que a temporada de 2011 será lembrada pela “decepção que foi Felipe Massa”, por ter passado um campeonato inteiro sem um pódio. E lembra da “desgraçada temporada de 1992”, a última em que isso aconteceu, com Ivan Capelli. Na verdade, se considerasse apenas pilotos que correram todas as provas de um Mundial, a última vez que um ferrarista voltou para casa sem troféu foi em 1981, com Pironi. Capelli não correu todas em 1992.

Sabbatini faz várias considerações sobre Felipe, um piloto que, para ele, é incapaz de fazer duas voltas com a mesma trajetória. Mas que seus defeitos foram ocultos pelas ótimas voltas de classificação entre 2006 e 2008, quando fez 15 poles. “Mas o Massa de hoje é uma sombra daquele”, diz o articulista, perguntando-se: por que a Ferrari insiste com ele, renovando seu contrato de dois em dois anos?

O jornalista cita o fato de Felipe ter tido um acidente grave e, logo depois, um filho. “Entrou na parábola descendente de sua carreira”, afirma. “Vettel, Webber, Alonso, Hamilton, Button e Rosberg não falam em ter filhos…” Especula que quando Todt era o chefão, ele ia ficando porque seu empresário era (ainda é) Nicolas, filho do atual presidente da FIA. Relata as negociações com Rosberg para 2012 que, segundo ele, não prosperaram porque seria caro rescindir o contrato de Massa e pagar para a Mercedes liberar o alemão. “Mas quanto a Ferrari perde de dinheiro por não fazer os pontos que Felipe deveria marcar no campeonato?”, continua.

Sabbatini sugere vários nomes para seu lugar. Fala em Pérez, Kobayashi, Sutil, Kovalainen e até Trulli. “Gente que custaria pouco e que com uma Ferrari daria 110% para chegar ao pódio.” Para finalizar com aquele que considera a solução final: Kubica. Segundo o jornalista, a Ferrari quis o polonês para o lugar de Massa depois do acidente da Hungria em 2009, e teria cedido aos apelos do brasileiro para que Robert não fosse contratado. “Mas agora essa dívida com Felipe está quitada. A equipe que faça suas contas. Talvez mantendo Massa mais um ano e assinando com Kubica para ajudar em sua recuperação em 2012 e ter um formidável binômio com Alonso em 2013.”

Não sei se é verdade essa história do Kubica em 2009. E acho que apostar no polaco agora é sonhar alto, infelizmente. Digo sempre: Robert dificilmente volta a correr na F-1, o que será um pecado. Mas disso tudo o que se depreende é: Felipe terá de convencer não só a Ferrari de que merece correr de vermelho, no ano que vem; terá, também, de reconquistar a imprensa italiana.