Blog do Flavio Gomes
F-1

NEM SEMPRE É A GRANA

SÃO PAULO (cadê o verão?) – Romain Grosjean parecia o Visconde de Sabugosa quando estreou na F-1. Ele correu no lugar do proscrito Nelsinho Piquet em sete provas em 2009, depois que explodiu o escândalo de Cingapura. Foi mal pacas e recomeçou a carreira. Uma de suas providências foi cortar o cabelo. Hoje, parece um […]

SÃO PAULO (cadê o verão?) – Romain Grosjean parecia o Visconde de Sabugosa quando estreou na F-1. Ele correu no lugar do proscrito Nelsinho Piquet em sete provas em 2009, depois que explodiu o escândalo de Cingapura.

Foi mal pacas e recomeçou a carreira. Uma de suas providências foi cortar o cabelo. Hoje, parece um comportado universitário parisiense. Neste ano, ganhou com autoridade a GP2, depois de conquistar o título da AutoGP em 2010, a GP2 asiática e a F-3 europeia. Nunca deixou de ser observado pela turma da Renault. Fez dois treinos livres na temporada, em Abu Dhabi e Interlagos, e hoje foi confirmado como titular da Lotus em 2012, ao lado de Kimi Raikkonen.

Forma-se, de cara, uma dupla forte na equipe preta e dourada. Grosjean é ótimo piloto e chega com o apoio da Total, fornecedora de combustível e patrocinadora do time, com quem ele, Grosjean, tem uma parceria longa, que já dura mais de seis anos. Total e Renault também não são estranhos um ao outro. O grupo controla a Elf, marca que sempre esteve com a Renault na F-1 e em outras categorias. Bruno Senna foi dispensado do time e passa a lutar por uma vaga na Williams com Barrichello. A eles junta-se o igualmente dispensado Petrov, que era dado como certo na Lotus pelos rublos que sempre teve, mas que não bastaram.

Bruno com OGX, Gillette e Embratel, além do nome; Petrov com a Lada e a dinheirama russa, jamais desprezível; Rubens com a experiência e só, por enquanto; Sutil, ainda, com patrocínios razoáveis da Alemanha. São alguns dos que estão à cata de emprego, agora. Sobram vagas? Mais ou menos. A da Williams, sim. Há a Toro Rosso, mas esta tem uma política de contratações um pouco diferente, 100% ligada à Red Bull. Uma na Hispania, que não interessa muito. Outra na Force India, mas esta será preenchida por Hülkenberg, salvo enorme surpresa.

Resumo da ópera: as chances de haver apenas um brasileiro no grid em 2012 são consideráveis. Quanto à dispensa de Senna, não é algo que choca ou surpreende. Bruno foi bem nas suas duas primeiras aparições pela Renault, em Spa e Monza. Depois, foi mal. Simples assim. Na balança que leva uma equipe a escolher um piloto, não pesa apenas o dinheiro.