Blog do Flavio Gomes
Autódromos

DEODORO

SÃO PAULO (só vendo) – Ontem foi dado o sinal verde para o fim definitivo de Jacarepaguá. Para vocês entenderem, a situação é a seguinte. A CBA conseguiu anos atrás um papel qualquer na Justiça, um acordo com a Prefeitura do Rio, que preservava o que restou da pista até que houvesse um circuito novo […]

SÃO PAULO (só vendo) – Ontem foi dado o sinal verde para o fim definitivo de Jacarepaguá. Para vocês entenderem, a situação é a seguinte. A CBA conseguiu anos atrás um papel qualquer na Justiça, um acordo com a Prefeitura do Rio, que preservava o que restou da pista até que houvesse um circuito novo no Rio. Foi quando surgiu a história de Deodoro e tal. Isso aconteceu na época dos Jogos Pan-americanos, já que parte do autódromo foi usada para alocar um velódromo, um ginásio e uma piscina.

O problema é que depois o Rio ganhou a briga para ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016, e o COI requisitou a área para detonar de vez o circuito e fazer um parque olímpico ou algo que o valha. Mas por causa daquele papel da CBA, nada poderia ser feito enquanto não saísse uma pista nova, apesar de os governos do Rio, estadual e municipal, dizerem o tempo todo que iriam fazer e dane-se. Mas não tinham recursos, e por isso sempre duvidei dessa pista de Deodoro.

Aí o governo federal entrou na conversa. Ontem, em Brasília, ficou definido que a União vai apresentar um projeto e fornecer os recursos para que o novo autódromo seja feito a partir de janeiro do ano que vem, com obras tocadas pelo governo estadual. A área de Deodoro pertence à União. Assim, as obras do tal parque olímpico podem começar sem mais entraves, e a CBA conseguiu a garantia de que elas não vão desativar o autódromo de vez enquanto Deodor não existir.

Quando tudo estava nas mãos dos governos fluminense e carioca, eu duvidada 100% desse autódromo. Agora que o governo federal resolveu assumir a pica, pode ser que saia. Passei a duvidar 90%. Considero, no entanto, que é um desperdício de dinheiro público. Não acho que o país tenha de gastar com a construção de um autódromo, há prioridades outras. Era muito melhor dar um jeito em Jacarepaguá, tentar salvar o que já existe, e fazer esse parque olímpico em outro lugar. A partir do que foi definido, pode-se imaginar quanto vai ser gasto para destruir um autódromo, construir outro, e ainda fazer o parque.

Mas a região de Jacarepaguá é valorizadíssima. O que explica tudo. Por um lado, fico feliz de saber que uma pista nova pode sair, de qualidade, moderna e tal. O automobilismo brasileiro precisa disso, e é necessário reconhecer que, se sair mesmo, é uma vitória, raríssima, da CBA. Mas já que o governo federal vai enfiar grana nisso, que cobre contrapartidas. Essas ainda não estão claras.