Blog do Flavio Gomes
F-1

MONTADOS (3)

SÃO PAULO (aqui, P19…) – Deu tempo de ver a classificação quebequiana. Saí do Meianov correndo e esbaforido, mandei um enviado especial ao pódio para pegar o troféu de terceiro lugar na categoria (daqui a pouco falo da nossa corrida) e aboletei-me junto ao pessoal da Pirelli atrás do nosso box em Interlagos para assistir […]

SÃO PAULO (aqui, P19…) – Deu tempo de ver a classificação quebequiana. Saí do Meianov correndo e esbaforido, mandei um enviado especial ao pódio para pegar o troféu de terceiro lugar na categoria (daqui a pouco falo da nossa corrida) e aboletei-me junto ao pessoal da Pirelli atrás do nosso box em Interlagos para assistir a tudo numa excepcional TV de 14 polegadas. E é excepcional mesmo, porque se não fosse ela, não teria visto nada.

(Hoje inauguramos nosso lounge para as corridas da Classic Cup, mas o patrocinador de TV não mandou nossa LCD de 47 polegadas. Na verdade, ainda não temos patrocinador e aceitamos doações. Mas o rango estava muito bom.)

Pois que no Q1 confesso ter percebido certa estranheza ao ver Verme atrás de Kovalento e Tolstói. Algo aconteceu com o francês, que virou 1min16s602, contra 1min15s552 de Ricardone, seu companheiro nos tourinhos vermelhos, filial Faenza. Mas é fato que a Caterham, ex-Lotus, se esforça para virar uma equipe de verdade. Equanto isso, marússios e hispânicos seguem fazendo número.

O Q2 é que foi do balacobaco. “Vejem” bem, como dizia meu amigo Cyro César. Fêtel fez o melhor tempo, 1min14s187. Bruno Senna, o 16°, marcou 1min15s170. Fez a conta? Deu 0s983 de diferença. Menos de um segundo separando 16 carros é bem legal. Button, que se classificou na rabeira, em décimo, ficou a 0s493 de Tião Alemão. A disputa pela última vaga  foi eletrizante. Koba-Mito deixou de ir ao Q3 por 0s008. Pau puro.

Mas no Q3, foi covardia. Sebastião, até então o falso Adormecido, foi o único a andar na casa de 1min13s. Duas vezes. E fez a pole #2 do ano/#32 da carreira, o que o coloca ao lado de Mansell na quinta posição do ranking desde os tempos dos hurões. Só perde para Schumacher (o quase-avô), Senna (o tio), Clark (que não é Kent) e Prost (parente distante do escritor).

Talvez a pista tenha esquentado além da conta, talvez o tempo sebastianista tenha assustado os demais, o fato é que o Q3 acabou sendo sonolento, com diferenças grandes separando os dez primeiros. Atrás de Fêtel ficou Luis Amílton, em quem apostei todas minhas fichas ontem e me dei mal, seguido por El Fodón de las Astúrias, do Canguru Desolado, de Rosberguinho, e mais Felipeta, Garibaldo, Resta Um, Opa Schumi e Bonitton.

A Force India fez a dela, com o escocês no Q3. A Sauber parece que não vai mais incomodar. O mesmo pode-se dizer da Williams. Acontece, isso de algumas equipes mais desvalidas começarem bem um campeonato e depois pararem de crescer, por falta de dinheiro. E a Lotus, em quem todos nós que aqui estamos por ela esperávamos, tem sido melhor com Grosjean em treinos do que com Raikkonen, que larga em 12° e tem tido problemas para se classificar bem. Mas não dá pinta de lutar por vitória amanhã.

A corrida está aberta, porém, sem favoritos claros. Hamilton, Vettel, Alonso e Webber são os mais cotados para vencer. Mas é bom lembrar que Tião, quando sai na frente, tem o odioso hábito de ganhar sem dar muita trela para ninguém. Foram 17 vitórias a partir de suas 31 poles, mais quatro segundos e quatro terceiros. Ou seja, como diria o filósofo e tradutor Luciano Burti: em 80% das vezes em que larga na pole, o cara termina no pódio.

Meu palpite, só por teimosia, segue sendo Hamilton. Mas sem grande convicção, agora.