Bem, foram as dez voltas finais da corrida canadiana as mais interessantes, neste bom GP. De fato, Alonsito não parou. Uma surpresa e uma temeridade. Depois de guiar como sempre brilhantemente, assumir a liderança no primeiro pit stop e tal, confiou nos cálculos do diretor do Departamento de Borrachas & Preservativos de Maranello e achou que ia dar para chegar no fim com seu segundo jogo de pneus, sem trocar mais.
Chegar, chegou. Mas perdeu quatro posições nas últimas oito voltas e terminou em quinto. Foi uma aposta. A Red Bull fez a mesma com Vettel. O alemãozinho também foi ultrapassado e para superar pelo menos Alonso, trocou pneus no finalzinho e foi buscar o espanhol. Como tenho dito nas últimas corridas, qualquer pontinho é importante. Sebastian viu que a aposta deu errado e tratou de minimizar o prejuízo.
Uma prova estratégica e interessante, mas sem grandes dramas, essa de Montreal. Boa, porém. Muito boa. É legal uma corrida que tem Grosjean em segundo e Pérez em terceiro. Para esses, uma parada só deu certo. Para alguns carros, dá. Lotus e Sauber são gentis com os pneus. A Ferrari judia da borracha. É o resumo da ópera.
Andou todo mundo perto, e a maioria das ultrapassagens se deu ou por pneus em frangalhos ou pelo uso da asa-móvel. Mas houve algumas manobras brilhantes, também, como do próprio Hamilton sobre Alonso logo depois de perder a posição para o asturiano na primeira janela de paradas. Ele não podia perder muito tempo, aproveitou os pneus mais frios do rival e foi que foi. Teve uma do Rosberg no fim, também, não lembro sobre quem, na chicane do Muro dos Campeões.
Hamilton tornou-se o sétimo vencedor diferente em sete corridas, ampliando o recorde de diversidade de todos os tempos. Nos pontos, está todo mundo perto: Lewis com 88, Alonso com 86, Vettel com 85, Webber com 79 e Rosberg com 67. Aos poucos, vai afunilando a disputa pela taça. Para mim, o título fica com um desses três primeiros aí. Embora, claro, uma sequência de bons resultados de alguém um pouco mais para trás possa mudar o quadro.
Button, meu favorito no início do ano, deu adeus hoje, com mais uma corrida desastrosa. Nem sei em que lugar chegou. Massa, décimo no Canadá, começou bem, até, agressivo e tal, mas rodou sozinho e babau. Bruno, nem vi se correu. Schumacher amargou mais um abandono simpático, com uma asa móvel que se tornou imóvel e recusou-se a mudar esta sua nova condição. Saiu do armário e não mais voltou.
Daqui a duas semanas, tem a chatíssima Valência. No meio, Le Mans, para onde sigo na quarta-feira.