Blog do Flavio Gomes
F-1

MONTADOS (4)

SÃO PAULO (somos o melhor paulista no Brasileiro, sorry) – É bom que alguém na Ferrari faça um curso de Desgaste de Borracha em Situações Extremas. Mas bem que foi divertido. Porque quando o cara no rádio de Hamilton disse “hum… é… então… pode ser que eles não parem mais”, o inglês quase teve uma […]

SÃO PAULO (somos o melhor paulista no Brasileiro, sorry) – É bom que alguém na Ferrari faça um curso de Desgaste de Borracha em Situações Extremas. Mas bem que foi divertido. Porque quando o cara no rádio de Hamilton disse “hum… é… então… pode ser que eles não parem mais”, o inglês quase teve uma lipotimia. “Como assim, não vão parar? Todo mundo vai parar duas vezes! Só agora vocês me avisam?”

Bem, foram as dez voltas finais da corrida canadiana as mais interessantes, neste bom GP. De fato, Alonsito não parou. Uma surpresa e uma temeridade. Depois de guiar como sempre brilhantemente, assumir a liderança no primeiro pit stop e tal, confiou nos cálculos do diretor do Departamento de Borrachas & Preservativos de Maranello e achou que ia dar para chegar no fim com seu segundo jogo de pneus, sem trocar mais.

Chegar, chegou. Mas perdeu quatro posições nas últimas oito voltas e terminou em quinto. Foi uma aposta. A Red Bull fez a mesma com Vettel. O alemãozinho também foi ultrapassado e para superar pelo menos Alonso, trocou pneus no finalzinho e foi buscar o espanhol. Como tenho dito nas últimas corridas, qualquer pontinho é importante. Sebastian viu que a aposta deu errado e tratou de minimizar o prejuízo.

Uma prova estratégica e interessante, mas sem grandes dramas, essa de Montreal. Boa, porém. Muito boa. É legal uma corrida que tem Grosjean em segundo e Pérez em terceiro. Para esses, uma parada só deu certo. Para alguns carros, dá. Lotus e Sauber são gentis com os pneus. A Ferrari judia da borracha. É o resumo da ópera.

Andou todo mundo perto, e a maioria das ultrapassagens se deu ou por pneus em frangalhos ou pelo uso da asa-móvel. Mas houve algumas manobras brilhantes, também, como do próprio Hamilton sobre Alonso logo depois de perder a posição para o asturiano na primeira janela de paradas. Ele não podia perder muito tempo, aproveitou os pneus mais frios do rival e foi que foi. Teve uma do Rosberg no fim, também, não lembro sobre quem, na chicane do Muro dos Campeões.

Hamilton tornou-se o sétimo vencedor diferente em sete corridas, ampliando o recorde de diversidade de todos os tempos. Nos pontos, está todo mundo perto: Lewis com 88, Alonso com 86, Vettel com 85, Webber com 79 e Rosberg com 67. Aos poucos, vai afunilando a disputa pela taça. Para mim, o título fica com um desses três primeiros aí. Embora, claro, uma sequência de bons resultados de alguém um pouco mais para trás possa mudar o quadro.

Button, meu favorito no início do ano, deu adeus hoje, com mais uma corrida desastrosa. Nem sei em que lugar chegou. Massa, décimo no Canadá, começou bem, até, agressivo e tal, mas rodou sozinho e babau. Bruno, nem vi se correu. Schumacher amargou mais um abandono simpático, com uma asa móvel que se tornou imóvel e recusou-se a mudar esta sua nova condição. Saiu do armário e não mais voltou.

Daqui a duas semanas, tem a chatíssima Valência. No meio, Le Mans, para onde sigo na quarta-feira.