Blog do Flavio Gomes
F-1

DAS SALSICHA (3)

SÃO PAULO (e a paciência acabando…) – Começando com os números. Alonso foi ao pódio pela 79ª vez. Tenho curiosidade para saber quantos desses 79 troféus têm o formado do cocozinho do banco. Pegou uma fase triste da história dos troféus, o Alonso. No ranking, está atrás de Schumacher (155), Prost (106) e Senna (80). […]

SÃO PAULO (e a paciência acabando…) – Começando com os números. Alonso foi ao pódio pela 79ª vez. Tenho curiosidade para saber quantos desses 79 troféus têm o formado do cocozinho do banco. Pegou uma fase triste da história dos troféus, o Alonso. No ranking, está atrás de Schumacher (155), Prost (106) e Senna (80). Ou seja, como diria, com muita propriedade, Luciano Burti: com mais um, empata com Senna. Portanto, como também diria Burti com propriedade, com mais dois passa Senna, e se torna o terceiro maior colecionador de troféus da F-1. Ou de troféis, como diz o outro.

(Hei, o que eram aqueles painéis com as bandeiras no pódio? Porra, nem hastear bandeira querem mais? Quem coisa mais cafona, pelamor…)

Vitórias são 30. Schumacher tem 91, seguido por Prost (51), Senna (41) e Mansell (31). Ou seja, como diria Luciano Burti, mui acertadamente, com mais uma empata com Mansell. Portanto, e Burti também diria isso sem medo de errar, com mais duas passa Mansell e se torna o quarto maior vencedor da história. Foi a terceira no ano. O único que venceu três em 2012. E a 22ª corrida seguida nos pontos. O recorde é do Schumacher, com 24 entre 1932 e 1934, algo assim.

Estou dando todos esses números para que as pessoas entendam que estão vendo a história ser escrita por um desses caras que ficarão por um bom tempo sendo lembrados como um dos maiores e tal. El Fodón de las Astúrias é um desses, embora hoje nem tenha se esforçado tanto para ganhar o GP da Alemanha. Foi praticamente de ponta a ponta. Só no final é que Button se aproximou, mas aí Vettel também chegou, o inglês teve de se preocupar com outras coisas e em nenhum momento ameaçou de verdade o espanhol. Vitória clássica — não folgada, mas segura e tranquila.

Button mostrou que a McLaren melhorou muito, a ponto de voltar a brigar por vitórias. Só que andou bem com o piloto errado, em Hockenheim. Por um desses azares desgraçados, que fazem cair uma ariranha na sua cabeça se choverem Tessálias, Hamilton teve o pneu furado logo na terceira volta e saiu da briga. Da briga pela corrida e pelo título, eu arriscaria dizer. Zerou e estacionou nos 92 pontos, agora em quinto, atrás até de Raikkonen, o Pontuador Calado. São 62 para Alonso. É coisa demais. E justo agora que o carro mclariano ficou bonzinho de novo. Só que é tarde.

Fernandinho, que agora é favorito ao título de verdade, uma vez que seus adversários estão se afastando, tem 154 pontos. Webber, que fez uma corrida discretíssima, para não dizer ruim, tem 120. Se Alonso resolver passar a noite num lugar que eu e o Fábio Seixas conhecemos sem querer em Budapeste e nem aparecer para a corrida, domingo que vem, o Canguru Desolado pode vencer a prova que a liderança segue com o espanhol. Talvez seja uma boa ideia passar a noite naquele lugar sórdido, afinal… Divertido será, garanto.

Vettel subiu para 118. Ainda está atrás do companheiro, pois. E Kimi tem 95. Ficou mesmo para o trio, a briga: Alonso, Webber e Tião. Aliás, o Tião fez uma corrida legal, passou Button na penúltima volta e rolou algum tipo de reclamação do inglês. Não sei bem por quê. Porque passou pela área de escape? Uai, e daí? Só falta punirem o garoto. Se não querem que se usem faixas de asfalto, cimento ou concreto nessas pistas novas, faixas que abundam, diga-se, que coloquem areia movediça, ou pregos, ou minas explosivas.

Foi bem também Kimi. A Lotus precisa melhorar na classificação, colocar esses meninos para largarem mais à frente e, assim, tentarem vitórias. O falante finlandês largou em décimo e chegou em quarto. Grosjean se estrepou, acho que se enrolou com Senninha na largada. É, foi com ele mesmo. E foi a quinta patetada do francês em primeira volta nas dez corridas deste ano. Talvez seja prudente a Lotus fazê-lo largar apenas na segunda volta.

E a Sauber estava em estado de graça com o quinto de Koba-Mito e o sexto de Pérez-Chapolin. Grande prova dos dois, especialmente de Checo, de 17° no grid, punido injustamente no treino, para uma bela posição final. A Force India, bem nos treinos, decepcionou na corrida, com um mero nono de Hulk, o incrível. Ou o poderoso. Sei lá se o Hulk era poderoso ou incrível. Sei que era verde.

Diante da opacidade da corrida de Massa, mais uma vez, é possível que voltem a falar de Pérez na Ferrari. Felipe precisa engatar uma sequência de bons resultados para convencer a equipe a mantê-lo no ano que vem. Não está conseguindo. Hoje, bateu na traseira de Ricardão na largada. Perdeu a asa, teve de trocar o bico, sumiu na corrida. Terminou em 12°. Outro que adora um enrosco em largada é o primeiro-sobrinho. De novo teve problemas na primeira volta, furou um pneu em Grosjean, despencou lá para o fundão, desapareceu. Maldonado também evaporou depois de um bom início de prova, mas com ele não sei o que houve.

(Li agora. Parece que ele pegou uns pedaços de carros quebrados no meio da pista e isso afetou o seu carro, que perdeu rendimento e chegou com o assoalho arrebentado ao final da prova.)

Quem parou três vezes não se deu muito bem. Foi o caso de Schumacher, terceiro no grid e sétimo no final. Resultado bem abaixo do que se esperava. Começou bem a corrida, com umas ultrapassagens maneiras, mas ficou nisso.

Gostei de ver o Lauda tirando o boné para Alonso no pódio. Eu achava que aquele boné era costurado na sua cabeça desde 1976, só mudando a parte da frente, do patrocinador. Mas não, ele sai da cuca. E o Lauda é totalmente careca. A FIA/FOM/FISA/FOCA/FOTA/FODA-SE está colocando ex-pilotos para fazer breves entrevistas no pódio. Na Inglaterra foi Stewart. Na Alemanha, Lauda. Na Hungria, poderiam botar o dono daquele lugar sórdido que eu e o Fábio Seixas descobrimos sem querer.