Blog do Flavio Gomes
Dica do dia

DICA DO DIA

SÃO PAULO (saber mudar) – Recomendo firmemente (chique, falar assim) a entrevista de Pedro Paulo Diniz a Paulo Lima, da “Trip”, publicada em maio — com enorme atraso, pois. Está aqui, nas “páginas negras” da revista. Pedro é um cara que sumiu da mídia e das pistas. A explicação está na nova vida que resolveu […]

SÃO PAULO (saber mudar) – Recomendo firmemente (chique, falar assim) a entrevista de Pedro Paulo Diniz a Paulo Lima, da “Trip”, publicada em maio — com enorme atraso, pois. Está aqui, nas “páginas negras” da revista.

Pedro é um cara que sumiu da mídia e das pistas. A explicação está na nova vida que resolveu levar, no mato, entre as galinhas e as vacas, cuidando de uma fazenda de produtos orgânicos no interior de São Paulo. E para combinar com as páginas negras, uma foto lá embaixo do carro negro da Arrows de 1998, um dos mais bonitos do final do século passado.

Pedro sempre foi vítima de certo preconceito por parte dos torcedores brasileiros. Aquela coisa de menino rico, piloto pagante. Como se fosse só ele…

Mas posso dar meu testemunho daquela época. Diniz era um dos caras mais respeitados do grid entre seus pares, pela seriedade, dedicação, esforço. Fazia pouquíssimas bobagens na pista e era um exemplo de profissionalismo. E fez alguns ótimos resultados em seus seis anos e 98 GPs de F-1 pela Forti, Ligier, Arrows e Sauber. Tivesse corrido numa época como a de hoje, em que os dez primeiros marcam pontos, teria chegado 26 vezes na zona de pontuação. Não é um dado desabonador. Tem dois quintos lugares (Nürburgring e Spa) e seis sextos como melhores posições, o que lhe dá apenas dez pontos nas estatísticas. Mas, hoje, a coisa seria diferente.

Pedro também foi sócio de Alain Prost numa equipe, algo que deu muito errado, e tem no currículo a organização, muito boa, da F-Renault brasileira por cinco anos, a partir de 2002. Fez mais pelo automobilismo brasileiro do que muita gente mais graúda.

Hoje vive no campo, tranquilo e sereno. Montou uma escola para seus filhos estudarem junto com os colonos. É outro homem. Vale muito a leitura.