Blog do Flavio Gomes
#69

MERECEMOS

SÃO PAULO (e não foi fácil) – Ultimamente meus relatos sobre as corridas da Classic Cup têm sido meio amargos no que diz respeito ao Meianov. Resultados ruins, pouca ou nenhuma evolução (o que é normal; um carro de corrida evolui à razão do investimento que se faz nele, e eu não invisto nada porque […]

SÃO PAULO (e não foi fácil) – Ultimamente meus relatos sobre as corridas da Classic Cup têm sido meio amargos no que diz respeito ao Meianov. Resultados ruins, pouca ou nenhuma evolução (o que é normal; um carro de corrida evolui à razão do investimento que se faz nele, e eu não invisto nada porque não tenho), umas batidas bestas, pouca coisa positiva.

Mas sábado, justiça seja feita, eu e ele lutamos muito e conseguimos uma recompensa que quando terminou a prova eu nem sabia que tínhamos ganhado: um terceiro lugar na nossa categoria e um honroso 22° entre 36 carros que formaram um grid espetacular, daqueles que eu já andava com saudades, em que a gente tem de se posicionar, lá atrás, em lugares sem marcação no chão, de tanto carro participando. Coisa linda de morrer.

Um troféu que levei para casa com orgulho. Se vocês tiverem saco e tempo para assistir ao vídeo (que coloquei sem cortes e com uma colagem de boas músicas numa edição sem pé nem cabeça, porque não tenho saco para editar vídeos, sempre dá tudo errado, e ando meio sem paciência para aprender a fazer esse negócio direito; além do mais, por alguma razão insondável, o áudio do motor não foi captado pela câmera), verão que foi uma batalha, uma puta batalha segurar o Meianov na pista brigando com alguém o tempo inteiro, especialmente o Fusca #29 do Thiago Perez.

Quando acabou a corrida, mais de uma pessoa veio me dizer que fiz ultrapassagens legais no S do Senna, e fiz mesmo, porque era a única forma de compensar o tanto que o Meianov tem ido mal nas curvas de baixa (é uma tortura o trecho do S até o Bico de Pato): aproveitar o motorzinho saudável e frear na puta que pariu para conseguir alguma coisa, mesmo sabendo que vou estragar a curva, o traçado e a reputação.

Foram várias assim, e acho que a maioria está no vídeo, que termina abruptamente porque eu não tinha carregado direito a bateria. Ficaram faltando umas duas ou três voltas, e numa delas, a três do final, rodei e fui ultrapassado por cinco carros. Mas perdi apenas duas posições, porque dois deles eu ainda consegui passar de novo e outro já tinha tomado volta.

2min15s513 foi minha melhor volta, um tempo razoável, mas foi a única. Nas demais, o desempenho foi muito irregular. Os pneus novos, de uma marca não-Pirelli, me pareceram meio esquisitos. Vou comprar um jogo de P6000, já que acho que os caras esqueceram que me patrocinam. Paciência, não posso esperar muito, tem corrida de novo dia 6 de abril.

Largamos, eu e Meianov, em 29°, um desastre, porque de manhã a pista estava molhada, daquele jeito que é o pior de todos, suja pacas, com garoa, sem água de verdade. A corrida, no entanto, foi no seco. Desta vez fiz uma largada bem bundona (os pilotos chamam de “conservadora”) para não estragar tudo na primeira volta. Consegui algumas ultrapassagens, umas 10 ou 20, e logo depois da relargada me livrei de um acidente que teve como pivô o Opala do Zuffo. Isso tudo está no vídeo.

Lutamos, e lutamos muito. Acabei a corrida extenuado, algo que nunca tinha acontecido antes. Normalmente não me canso em corridas. Mas não tinha dormido quase nada por causa da F-1, e isso deve ter tido alguma influência. Aí, quando soube que tinha dado pódio, fiquei sinceramente feliz. Pelo carrinho valente e pela equipe, que teve um dia difícil.

Mas valeu a pena o esforço de todos. Quando voltei para os boxes, havia troféus sobre cinco de nossos sete carros: Sebastião Gulla (Puma, na sua volta às pistas e ao time), João Peixoto (Bianco) e Mauro Kern (Karmann-Ghia) fizeram o pódio inteiro da GTS; Evaldo Luque (BMW) ficou em terceiro na TS; e eu, em terceiro na TL.

Fui ao pódio ao lado do João Cury e do Erick Grosso, que chegou só 20s na minha frente, os 20s da minha rodada. A gente iria terminar perto.

Enfim, fiquei orgulhoso do meu soviético. E, desta vez, o troféu até que era bonitinho.