Blog do Flavio Gomes
F-1

VÊ SE EU TÔ NA ESQUINA (4)

SÃO PAULO (ombudsman) – Não é nada pessoal, juro. Mas falar da transmissão da TV, ainda mais com um comentarista conhecido e popular como Barrichello, é relevante do ponto de vista estratégico, logístico e filosófico deste blog. Na semana do GP da Espanha pipocaram muitos comentários sobre a ausência de Reginaldo Leme nos comentários, substituído […]

monacobag004SÃO PAULO (ombudsman) – Não é nada pessoal, juro. Mas falar da transmissão da TV, ainda mais com um comentarista conhecido e popular como Barrichello, é relevante do ponto de vista estratégico, logístico e filosófico deste blog.

Na semana do GP da Espanha pipocaram muitos comentários sobre a ausência de Reginaldo Leme nos comentários, substituído pelo ex-piloto, que também faz o papel de repórter de grid.

A Mônaco, Reginaldo foi. E comentou normalmente, com competência, como sempre faz. A transmissão foi curiosa porque, salvo engano, o nome de Ayrton Senna não foi mencionado NENHUMA vez. Não sei ontem, no treino, porque vi sem escutar nada, estava em Interlagos (depois conto da nossa corrida, com vídeos e fotos; foi divertida, mas trágica para o Meianov, que vai ter de se submeter a várias cirurgias).

No grid, o ex-piloto-repórter não foi bem novamente, comprovando a tese de que não basta ser um rostinho conhecido. É preciso saber o que fazer, ser treinado para isso. Foram poucas entrevistas. Com Massa, faltou a única pergunta necessária: a equipe descobriu o que aconteceu no acidente de ontem? Nenhuma palavra sobre o assunto, o que teria sido muito útil. Afinal, o acidente se repetiu na corrida. Em vez disso, brincadeirinha boba do tipo “ainda bem que você não largou dos boxes, senão eu teria de ir até lá”.

Éric Boullier, chefe da Lotus, foi outro entrevistado. Não foi identificado e a tradução não combinou com a resposta, que apontava a Mercedes como maior adversária de Raikkonen. Depois, um rotundo “não” a uma tentativa de falar com Rosberg. Com Hamilton, desejo de boa sorte em vez de entrevista. Por fim, um papo meio caótico com Loeb e Valentino Rossi, este muito simpático, mas que respondeu em italiano algo que Rubens não percebeu direito na hora de traduzir — claro que ele entendeu, fala italiano perfeitamente, mas a correria na hora de uma entrevista exige, de novo, treinamento.

Na corrida, o uso de “salvar” no lugar de “economizar” ou “poupar” foi irritante. Ninguém salva pneus. Os pneus não estão correndo risco. Não estão ameaçando se suicidar, atirando-se coletivamente no porto de Mônaco sem colete salva-vidas. Nem são reféns de sequestradores. Será que quando os filhos de Barrichello deixam a torneira aberta quando vão escovar os dentes ele grita lá da sala “meninos, fechem a torneira para salvar água”?

Treino, treino, preparo, preparo. O resumo é que, novamente, não funcionou bem.